441) Brevíssimo itinerário das Relações Internacionais enquanto disciplina acadêmica
Ofereço uma interpretação pessoal de como vejo a evolução conceitual das relações internacionais enquanto disciplina acadêmica ao longo do século XX. Trata-se, tão somente, de um simples rascunho, ou de um “outline”, com os principais “headlines” dos temas que me parecem devam ser estudados pelos especialistas nessa área. Para desenvolvimento futuro, assim que possível...
1) Pré-história: Da política de poder ao poder da política (1919-1939
Trabalhos pioneiros a partir do impacto das propostas wilsonianas sobre o sistema internacional, rompendo a visão tradicional da política de poder tal como praticada pelas potências européias.
Destaque acadêmico a ser dado ao trabalho de Edward Carr, Twenty Year’s Crisis
2) Emergência da disciplina: Refletindo as realidades da Guerra Fria (1945-1962)
Definição das grandes linhas de pensamento estratégico, segundo a escola realista de relações internacionais.
Obra definidora: Hans Morgenthau: Politics Among Nations
3) Afirmação e triunfo: A batalha entre realistas e institucionalistas (1962 até hoje)
Refinamento teórico, desenvolvimentos metodológicos e divisão entre escolas de pensamento, com aprofundamento das análises segundo linhas dotadas de maior rigor metodológico com os fundamentos empíricos da análise em RI
Obras muito diversas e importantes, com destaque para os neo-realistas e outros representantes do velho e novo institucionalismo (Kehoane, Nye, etc)
4) Disseminação na periferia: convertidos e produtores no Brasil (das origens até hoje)
Estudos sobre desenvolvimento econômico e elaboração de teorias sobre a dependência na América Latina, com base na produção original de Raul Prebisch. Teoria da dependência (FHC. Theotônio dos Santos), sub-imperialismo brasileiro (Ruy Mauro Marini) e a construção de diferentes correntes de pesquisa, que não chegam até o momento a conformar escolas de pensamento; existem esforços interpretativos e construções independentes, com destaque para vários acadêmicos trabalhando de forma autônoma, sem modelos teóricos muito bem determinados.
Obras vem sendo acumuladas entre acadêmicos e profissionais da diplomacia, principalmente nos grandes centros de produção: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre e alguns outros centros...
5) Hegemonismo e anarquia internacional: uma transição para o quê, mesmo? (hoje)
Tendências unilateralistas e neoimperialistas, com acadêmicos justificando o unilateralismo e a arrogância imperiais, como obras úteis para a estabilização e a paz no mundo; o Brasil também tenta se inserir nesse mundo, mas o suporte teórico não está muito claro, com acadêmicos do pensamento nacionalista tradicional dando suporte teórico aos novos praticantes da diplomacia.
Obras emblemáticas de: Niall Ferguson e Francis Fukuyama.
Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.org)
Brasília, 25 de maio de 2006
1) Pré-história: Da política de poder ao poder da política (1919-1939
Trabalhos pioneiros a partir do impacto das propostas wilsonianas sobre o sistema internacional, rompendo a visão tradicional da política de poder tal como praticada pelas potências européias.
Destaque acadêmico a ser dado ao trabalho de Edward Carr, Twenty Year’s Crisis
2) Emergência da disciplina: Refletindo as realidades da Guerra Fria (1945-1962)
Definição das grandes linhas de pensamento estratégico, segundo a escola realista de relações internacionais.
Obra definidora: Hans Morgenthau: Politics Among Nations
3) Afirmação e triunfo: A batalha entre realistas e institucionalistas (1962 até hoje)
Refinamento teórico, desenvolvimentos metodológicos e divisão entre escolas de pensamento, com aprofundamento das análises segundo linhas dotadas de maior rigor metodológico com os fundamentos empíricos da análise em RI
Obras muito diversas e importantes, com destaque para os neo-realistas e outros representantes do velho e novo institucionalismo (Kehoane, Nye, etc)
4) Disseminação na periferia: convertidos e produtores no Brasil (das origens até hoje)
Estudos sobre desenvolvimento econômico e elaboração de teorias sobre a dependência na América Latina, com base na produção original de Raul Prebisch. Teoria da dependência (FHC. Theotônio dos Santos), sub-imperialismo brasileiro (Ruy Mauro Marini) e a construção de diferentes correntes de pesquisa, que não chegam até o momento a conformar escolas de pensamento; existem esforços interpretativos e construções independentes, com destaque para vários acadêmicos trabalhando de forma autônoma, sem modelos teóricos muito bem determinados.
Obras vem sendo acumuladas entre acadêmicos e profissionais da diplomacia, principalmente nos grandes centros de produção: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre e alguns outros centros...
5) Hegemonismo e anarquia internacional: uma transição para o quê, mesmo? (hoje)
Tendências unilateralistas e neoimperialistas, com acadêmicos justificando o unilateralismo e a arrogância imperiais, como obras úteis para a estabilização e a paz no mundo; o Brasil também tenta se inserir nesse mundo, mas o suporte teórico não está muito claro, com acadêmicos do pensamento nacionalista tradicional dando suporte teórico aos novos praticantes da diplomacia.
Obras emblemáticas de: Niall Ferguson e Francis Fukuyama.
Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.org)
Brasília, 25 de maio de 2006
1 Comments:
Paulo, parabéns pelas publicações neste blog.
gostaria de saber onde encontro a resenha sobre Em busca de um paradigma diplomático do livro do celso lafer?
agradeço sua atenção.
email:mabdon13@yahoo.com.br
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