quarta-feira, junho 04, 2008

488bis) Retomando a serie

Depois de ter passado a postar num "irmão gêmeo" deste blog, o "Diplomatizzando", pelo fato deste aqui ter bloqueado completamente durante certo tempo, tive a grata surpresa de vê-lo "desempacar".
Como continuei a série no sucedêneo com dois ZZz, tenho de pensar em como formalizar esta feliz união,unificando talvez ambos os endereços, o que seria um milagre informático tão divino como alguns que ocorrem na Santa Missa (sem pretender ofender ninguém).
Em todo caso, vale a pena fazer um passeio no passado e depois voltar-ser para o futuro: back to the future...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4 de junho de 2008

terça-feira, junho 20, 2006

488) Parece que o bichinho está andando de verdade...

Sorry, guys (eu disse guys...),
Não sei como explicar, mas este meu Diplomatizando desempacou e o meu Diplomatizzando, que nao abria, voltou a funcionar.
Como explicar? Eu sinceramente não sei.
O fato é que eu escrevi para o balcão de reclamações do free lunch (esqueci o endereço, mas foi algum e-mail do blog support deste maravilhoso empreendimento capitalista que desmente a frase de Milton Friedman) e, de repente, apareceu algum aviso na minha tela falando de Java script e de cookies (vocês sabem, aqueles biscoitinhos chineses que veem com alguma coisa escrita dentro e são a própria teoria conspiratória da história...)
Em todo caso, agora estou com excesso de blogs e como não posso vender nenhum, vou ter de compatibilizar todos eles.
Apesar de manter blogs para todos os gostos e funções, acho que eles estão comecando a ficar excessivos...
Quem sabe o meu primeiro, narcisístico, também volta a funcionar?
Não custa tentar...
Em todo caso, vou ter um sério problema de numeração e vou precisar de algum matemático para operar uma regressão...

487) Ultima forma, folks: parece que a mula desempacou...

Uau, agora que eu estava começando a aderir à teoria conspiratória da história, vem um malandro qualquer no espaço bloggístico e acaba com a minha alegria...
De verdade, eu estava até começando a achar engraçada essa história de trocar de blogs a cada cinco semanas, quando o meu "free lunch" começa a andar novamente...
Nem acredito, vou ainda postar uma ou outra bobagem antes de congelar, temporariamente, a minha pizzaria de réchange, o Diplomatizzando, que eu tinha aberto na noite de 17 para 18, quando este engraçadinho cismou de uploadar de mentirinha.
Agora parece que ele está se comportando nos conformes, e vou esquecer, por algum tempo essa história de bruxas e tramóias...
Em todo caso, resolvi abrir, preventivamente, mais um blog, o "Vivendo com Livros", por enquanto em estado de contemplação paciente, até que eu resolva o que fazer de toda esta massa de conversa fiada que flutua pelos meus blogs.
Volto no próximo capítulo...

PS (em 19/06/2006): Foi "fausse alerte"; a mula desempacou, mas só deu dois passos e depois empacou de vez. Encontro marcado, portanto, no alter ego deste aqui:
http://diplomatizzando.blogspot.com/
============
Última, última forma: a mula não desempacou: ela só andou dois passos e ficou parada no lugar outra vez. Vou ter de arrumar um desempacador de mulas, ou adotar outra montaria, que é provavelmente o que vou fazer a partir de agora.

sábado, junho 17, 2006

486) Nao acredito em teorias conspiratorias, mas

Abrindo outro endereço da minha pizzaria favorita: Diplomatizzando

Acho que ninguém acredita em teorias conspiratórias, salvo um ou outro conspirador profissional (afinal de contas, alguém precisa acreditar, pois, por mais raras que elas sejam, as conspirações de fato existem, pelo menos algumas, sobretudo aquelas urdidas nos escritórios acarpetados de Wall Street ou nas salas protegidas do Conselho de Segurança Nacional...).
Pois bem, estou começando a acreditar nelas, pelo menos no meu caso específico.
Já é a terceira vez que um Blog meu, esse conspícuo produto do free lunch capitalista, dá de empacar.
É duro de acreditar, mas é verdade.
Na fatídica madrugada do dia 17, quando eu deveria estar dormindo (em lugar de ficar tramando conspirações contra o bom-senso nacional na calada da noite), o meu blog Diplomatizando também negou fogo, ou melhor recusou-se a devolver em público ou que eu injetava nos servidores da Google privadamente. Isto é, eu consigo uploadar posts, e eles até me chegam via e-mail, só que os benditos não aparecem no Blog público, como deveriam, recebendo eu a cada tentativa aquela mensagem de erro que muitos de vocês conhecem.
Se isso não é conspiração contra meu direito de comunicação eu não sei o que é.
O fato é que tenho de encerrar esta minha arte a um só "z", e abrir outra boutique com dois "zz" (foi a maneira mais fácil que encontrei para estar mais próximo do antigo endereço. Sorry pizzaiolos profissionais...
Até lá, pois...

485) Saperlipopete: bloqueou outra vez...

Parece que também este blog decidiu empacar no meio do caminho...
Será que eu abuso do meu "free lunch"?
--
Posted by Paulo R. de Almeida to Diplomatizando at 6/17/2006 12:10:00 PM

sexta-feira, junho 16, 2006

484) Ajuste "bancario" no Piaui...

Alguém que não acredita no sistema bancário...
(do blog do Noblat):

"Ex-presidente dos Correios é roubado
16/06/2006 ¦ 13:17
Presidente dos Correios até estourar o escândalo do mensalão e ex-ministro dos Transportes do atual governo, João Henrique de Souza perdeu de ontem para hoje R$ 1,6 milhão que guardava em espécie na casa onde mora em Teresina.
O dinheiro estava guardado no escritório da casa dividido em blocos de R$ 10 mil. Foi encontrado por ladrões que invadiram a casa e revistaram todos os cômodos. João Henrique não registrou a ocorrência na polícia. Mas ela já está à caça dos ladrões.
João Henrique é do PMDB e quer ser vice do atual governador Wellington Dias (PT), candidato à reeleição. O nome dele aparece no relatório final aprovado pela CPI dos Correios."

Agora, perguntar não ofende: será que se aplica aquela famosa frase sobre os cem anos de perdão?

483) Ajuste fiscal no FMI!

Leio, no boletim mensal do FMI (com data de 5 de junho de 2006), que recebo por via eletrônica, a seguinte decisão alcançada na última reunião de primavera desse organismo, em Washington:

“O FMI constituiu um grupo de prestigiosos peritos independentes que examinará diferentes opcões para financiar os custos operacionais da instituição. Esses custos estavam sendo cobertos com os juros e as comissões dos empréstimos outorgados aos países, cuja recente e considerável redução provocou um nível insuficiente de receitas e obrigou a instituição a estudar outras fontes de financiamento.”

Não é sempre que ocorre esse tipo de coisa, mas o mundo é cheio de surpresas, mesmo para os ricos e poderosos. Em outros termos, o FMI vivia da desgraça alheia, isto é, do dinheiro recebido com seus empréstimos “emergenciais”. Sempre foi assim, desde a origem, e os principais responsáveis por esse esquema foram os americanos, que queriam tornar as linhas de crédito para essas situações emergenciais propriamente punitivas.
Esse esquema é bem diferente daquele pretendido pelo famoso economista John Maynard Keynes, que em Bretton Woods (julho de 1944) argumentou inutilmente em favor do seu esquema de sustentação baseado no “bancor”, uma moeda escritural que seria colocada automaticamente à disposição dos devedores, a partir dos saldos dos credores, cada vez que os primeiros incorressem em déficit de pagamentos. Ou seja, o que Keynes queria era, na verdade, uma tia rica que financiasse indefinidamente os gastos excessivos dos sobrinhos descuidados, o que refletia exatamente a relação EUA-Grã-Bretanha naquela época, os EUA tremendamente poderosos e a velha Albion empobrecida pela guerra e pelos seus encargos coloniais.
Essa situação não era nova. Já no começo do século XX, o famoso economista John Hobson, em seu “Imperialism”, um estudo muito utilizado por Lênin (ainda que mal utilizado), tinha argumentado que a posse de colônias significava uma perda econômica para o Reino Unido, ainda que trouxesse glória e prestígio.
Em Bretton Woods, os americanos não aceitaram os generosos esquemas automáticos de compensações desenhados por Keynes e atuaram de forma muito pragmática, fazendo inclusive com que o FMI se auto-sustentasse com essas operações, em lugar de depender sempre de aportes governamentais.
Agora que a situação mundial melhorou, que há excesso de liquidez irrigando os mercados financeiros, que os emergentes recebem muitos investimentos diretos, que quase nenhum país tem algum pacote milionário de ajuda, o FMI ficou sem fundos - que eram dados pelas comissões recebidas pelos empréstimos - para pagar sua rica e custosa burocracia.
Eu recomendaria que o FMI empreendesse um programa de auto-ajuste, com redução de salários, aumento das tarifas do restaurante (subsidiado, of course), venda de ativos, terceirização de atividades e privatização de vários serviços internos (edição de publicações, por exemplo). Ou seja, que ele fizesse exatamente o que recomenda para os países que procuram sua ajuda.
Eu também recomendaria que ele começasse por fazer a terceirização de sua assessoria econômica, contratando economistas mais baratos na Índia e em outros países -- não, por favor, da Unicamp, não -- e que ele talvez empreendesse até algum off-shoring de certas funções diretivas, quem sabe começando até pelo próprio diretor-geral. Em lugar de pagar 300 mil dólares anuais para Rodrigo Rato, que tal fazer uma concorrência e ver qual economista se disporia a trabalhar por no máximo 100 mil dólares (sem seguro saúde ou férias remuneradas, claro)? Ele nem precisaria trabalhar em Washington, podendo se corresponder desde Bombai com seus subordinados por e-mail, por exemplo...
O FMI precisa apertar o cinto, diminuir despesas e terceirizar atividades. Ele ainda é necessário para países pobres, mas isso pode ser feito com menos suntuosidade do que atualmente. O mundo da globalização precisa cada vez menos de FMIs e BIRDs, pois já existem mercados de créditos diversificados e fartos. Menos para os países muito irresponsáveis, claro, mas seria bom que eles enfrentassem a realidade também.
Ao contrário do que pensam os antiglobalizadores, o FMI e o BIRD não existem para implementar os livres mercados e o neoliberalismo, ao contrário. Eles foram e são chamados justamente quando os mercados falham, o que acontece inevitavelmente de vez em quando, pois mercados são instituições humanas, sujeitos a manipulações e ciclos altistas ou depressivos. Mas, mercados livres se ajustam muito melhor e mais rapidamente do que mercados dominados por alguns cartéis, inclusive os cartéis dos créditos oficiais, como o FMI e o BIRD. Eles contribuem para o chamado “moral hazard”, isto é, o exagero na busca de lucros altos, que terminam sempre por riscos impossíveis de serem suportados pelos jogadores (que são geralmente governos irresponsáveis).
Por isso, minha recomendação seria: nem mais um tostão para o FMI. Aperto orçamentário, ajuste fiscal, realidade contábil, regime de emagrecimento.
Bem vindo à realidade FMI!

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 16 de junho de 2006

482) Uma visao critica da politica externa brasileira

No Consistency in Brazil's Foreign Policy
Written by John Fitzpatrick
Tuesday, 20 December 2005

Brazil has been hitting the international headlines recently, not for the usual reasons of the Carnaval, destruction of the Amazon or urban violence, but because of its participation in the world trade talks in Hong Kong. Brazil was among the leading developing countries demanding an end to farm subsidies in the European Union and United States.

Foreign Minister, Celso Amorim, and Trade Minister, Luiz Furlan, were insistent in their defense of Brazil's position. Perhaps their efforts helped bring about the pledge by the EU to phase out subsidies by 2013 although if you believe that will happen then you will believe anything.

However, this "tough" approach, as TV Bandeirantes described it, contrasts with Brazil's pussycat approach to trade talks with China, Russia and Argentina. These three countries got ample concessions from the government of President Luis Inácio Lula da Silva but gave nothing in return. This highlights the inconsistency of Brazil's foreign policy.

China, for example, was recognized as a "market economy" at the end of 2004. By doing so, Brazil gave up its right, under international trade regulations, to impose anti-dumping barriers on subsidized Chinese goods. For its part, China did nothing to help Brazil in its desire for a permanent seat on the United Nations Security Council and then blocked soybean imports on flimsy technical grounds.

Russia got Brazilian support for its application to join the World Trade Organization but also did nothing to help Brazil achieve its UN aims. It was also quick to ban imports of Brazilian beef following the recent isolated incidents of foot-and-mouth disease.

Brazil has allowed Argentina to impose protectionist measures against selected Brazilian exports even though these went against the rules governing the Mercosur free trade area.

The approach adopted in Hong Kong shows how incompetently Brazil acts in foreign affairs. This should not come as a surprise since it is debatable whether the Lula government even has a foreign policy. Few people complain, since most Brazilians are uninterested in what happens abroad.

There are understandable reasons for this popular indifference. Brazil consists of vast regions which could have formed separate countries, as happened in Spanish-speaking Latin America. The differences between the regions are often striking.

Brazilians in southern states like Rio Grande do Sul, for example, have more in common with their neighbors in Uruguay and Argentina than their countrymen in Belém. The lifestyle of the people in Acre is more like that of neighboring Bolivia (to which it used to belong) than Rio de Janeiro. Most Brazilians will go through their lives without visiting other regions or even states.

Unlike China, which has fought fairly recent wars with neighbors, such as the Soviet Union, India and Vietnam, or India, which has fought China and Pakistan, Brazil has had no serious security problem with its neighbors.

This means it does not constantly have to check on what its neighbors are doing, with the exception of Argentina which sees itself as a rival to Brazil. Nor does not have to keep the country alert to alleged threats from its neighbors and whip up xenophobia. This antagonism is directed more towards the distant Americans and, to a lesser extent, Europeans.

The end of mass immigration almost a century ago has left Brazil and Latin America more isolated culturally from Europe. Economically, the rise of the Pacific Rim countries and the break-up of the Soviet Union have pushed Latin America even further aside.

Compare the pace of development of places like Japan and South Korea over the last 40 years with the decline of Brazil and Argentina. These trends have helped marginalize Brazil and South America and the region has struggled to cope with globalization.

English Not Spoken Here
This indifference to foreign affairs is seen in domestic politics. Few politicians have any interest in foreign affairs or speak another language, even Spanish. Lula has frequently sneered at his polyglot predecessor, Fernando Henrique Cardoso, probably the most cosmopolitan of Brazilian politicians.

Lula showed his own ignorance earlier this year when he told a meeting in New York that Brazil shared a border with every Latin American country except Ecuador, Chile and Bolivia, overlooking the fact that Brazil has a 3,000 kilometer border with Bolivia.

This inward-looking approach does not prevent politicians going on foreign trips usually described as "fact-finding" missions. São Paulo state governor and potential presidential candidate, Geraldo Alckmin, recently visited the Middle East and India.

Former president José Sarney is a Francophile and is constantly in France although how these visits help his constituents in Amapá is a mystery. Events like the opening of the United Nations General Assembly always draw a Congressional contingent, which can spend an enjoyable few days in Manhattan visiting Central Park and catching the latest Broadway musical at the taxpayers' expense.

The result of this popular and political lack of interest is that foreign policy is left in the hands of the officials at the Itamaraty Palace in Brasília. The FOREIGN MINISTER in this government, Celso Amorim, is a career diplomat rather than a politician. His predecessor in the Cardoso government, Celso Lafer, was also not a politician.

This is part of a tradition going back a century. The Baron of Rio Branco, who helped shape Brazil's modern frontiers in the late 19th and early 20th centuries, said on assuming the post of Foreign Minister: "I have not come here to serve a political party but to serve our Brazil which we all want to see united, integrated, strong and respected."

In an article which appeared in the November issue of the magazine "Nossa História", Professor Francisco Doratioto of the Catholic University of Brasília, said of Rio Branco's statement: "It established, therefore, the principle that the Itamaraty represents the interests of the Brazilian nation and not those of the government...

"This directive resulted in Brazilian foreign policy being more consistent and coherent in the following decades than that of neighboring countries where diplomatic activity varied as governments changed, making it difficult for them to defend their national interests."

This is how the current head of the Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães Neto, summed up Brazil's foreign policy when he assumed office in 2003: "Political and economic cooperation with Europe, that has been so important for our development, should be expanded. Cooperation with Africa should seek new projects to help overcome its difficulties, a policy in which the CPLP (Community of Portuguese-Speaking Countries) play a valuable role.

"With respect to the countries of the Middle East, whose descendants live in harmony here, we wish to help them find a peaceful solution for their differences. And we will do our best to cultivate closer relations of every kind with Japan, India, and China."

Sham Agenda
The reality behind this rhetoric is that Brazil's foreign policy is a sham, established by bureaucrats, which combines anti-Americanism (sometimes strident, sometimes mild), anti-Europeanism in terms of trade but pro-European when Europe is against American interests, a phony friendship with "brother" Latin countries like Venezuela and Cuba, an uneasy rivalry with Argentina, an avuncular relationship with minnows like Paraguay, a wishy-washy "solidarity" with poor countries in Africa, particularly Portuguese-speaking places, and closer links with some Middle Eastern countries but not Israel.

It is underpinned by an almost obsessive desire to become a permanent member of the UN Security Council and a distinct reluctance to see any kind of Pan-American free trade area which would be dominated by the US.

One of the few signs that Brazil was beginning to pull its weight in foreign affairs was when it agreed to take charge of the UN peacekeeping force in Haiti. Actions like this are more likely to gain it a permanent place on the Security Council than backing from countries which say one thing one day and another thing the next. The Haiti mission has been fairly low key so far, but one wonders if Brazil would keep its troops there if there was a real flare-up of violence and its soldiers started getting killed.

The civil servants who run the Itamaraty are remnants of the old-style nationalists found in Brazil and other Latin American countries. Earlier this year, the Itamaraty announced that candidates for the diplomatic service did not need to know English to gain entry.

Senior diplomats are given a reading list of ideologically-approved books they are required to read and answer questions on if they are to be promoted. If you want a taste of the world of the Itamaraty, visit the English version of the Foreign Ministry site (www.mre.gov.br).

Have a look at the collection of dusty old speeches and press releases. The top press release with the dreary headline "A Joint Statement between the Federative Republic of Brazil and the Kingdom of Thailand" dates from June 16, 2004. Other releases include a communiqué issued after a G-20 meeting held in September 2003.

The only recent item is Lula's latest address to the UN General Assembly. There is nothing about the recent Pan-American summit in Uruguay, the subsequent visit to Brazil by US President George Bush, or the announcement that Venezuela is to join the Mercosur, In fact, the Brazilian version of the Mercosur site is not even operating. Visit it and you will find it is under "maintenance" and you will be guided to the Foreign Ministry site.

Venezuela Walks into the Mercosur Club
Let us take a brief look at the recent announcement that Venezuela had become a member of the Mercosur free trade area along with Brazil, Argentina, Paraguay and Uruguay. This statement, made at a Mercosur summit meeting held in Montevideo on December 10, came as quite a surprise since no meaningful negotiations had been held beforehand.

There had been reports in October that Venezuela would become a member but no-one expected it to happen so quickly. Consider how long it took the UK to join the European Common Market (the forerunner of the European Union) or the lengthy processes other countries have undergone to join the EU. Turkey, for example, has been trying to join for decades. However, Venezuela became a Mercosur member overnight.

Although Venezuela will have no immediate voting rights until the formal negotiations have been completed, it will be able to attend all meetings and have the right to express an opinion. According to some press reports, Argentina's President, Nestor Kirchner, had wanted Venezuela to be accepted as a full member straight away and it was at the insistence of tiny Paraguay - not giant Brazil - that this move was put off.

Sometimes foreign policy is not even shaped by the Itamaraty at all. This was the case in late 2003 when a low-ranking judge in the state of Mato Grosso issued a ruling that American visitors should be fingerprinted and photographed before being allowed into Brazil. This judge made the ruling following a complaint by a local prosecutor who did not like the fact that the United States was forcing Brazilians entering the US to be fingerprinted and photographed.

Despite the fact that this decision caused great disruption at Brazilian airports, which did not have the necessary monitoring equipment, and strained diplomatic relations with the US, the Brazilian government has let it stand unchallenged to this day.

It is difficult to take an administration seriously which allows an unelected official who lives in a landlocked state which has no international airport to decide how visitors from a friendly state should be admitted.

In his weekly radio address after the end of the WTO talks in Hong Kong, Lula said the rich countries were doing very little to help poorer countries meet the UN Millennium Goals. He also claimed that Brazil was acting selflessly on behalf of poorer countries, which were not as competitive or strong in terms of technology.

This sums up the simplistic dead-end approach to foreign affairs one has come to expect from this government. Even if it is the case that the rich countries do not care then it is up to the poorer countries to help themselves. Nor is it Brazil's mission to be the champion of the world's poorest states. Brazil has enough problems of its own to resolve.

There is also no reason for Brazil to be poor forever. It has enviable natural and human resources and if politicians like Lula were to assume responsibility for the country's future and stop blaming "rich" foreigners then we would be on the right path.

John Fitzpatrick is a Scottish writer and consultant with long experience of Brazil. He is based in São Paulo and runs his own company Celtic Comunicações. This article originally appeared on his site www.brazilpoliticalcomment.com.br. He can be contacted at jf@celt.com.br This email address is being protected from spam bots, you need Javascript enabled to view it .

© John Fitzpatrick 2005

quinta-feira, junho 15, 2006

481) Seminario sobre a reforma do Estado

Colaborando na divuglação de um evento do qual deverei participar igualmente.

SEMINÁRIO INTERNACIONAL
NOVAS ABORDAGENS PARA A REFORMA DO ESTADO


Organização: Universidade de Brasília-UNB/Centro de Estudos Avançados de Governo-CEAG/FACE e City University of New York CUNY/Bildner Center/Brazil Project.
Apoio: Associação Brasileira de Orçamento Público-ABOP, Escola Superior de Administração Fazendária-ESAF.

Data: 28 de Junho de 2006
Local: Campus Universitário – Ed. Finatec – Anfiteatro
Organizadores: Professores João Paulo Peixoto e Paulo Calmon (ADM/IPOL/CEAG/UnB)

MANHÃ
8h30 – Credenciamento
9h00 – Sessão de abertura: Paulo Calmon, PhD, IPOL, Diretor do CEAG.

9h15 – “O Planejamento do Desenvolvimento Econômico no Brasil: uma visão de longo prazo” (1934-2006): Paulo Roberto de Almeida, Professor do Uniceub, Diplomata.
9h45 – “Public-Private Partnerships in Chile: Transantiago”: Mauricio Font, PhD, Sociólogo. Diretor do Brazil Project no Bildner Center – City University of New York – CUNY.
Moderador: João Paulo Peixoto, MSc, Professor de Governo, ADM/CEAG, UnB.

10h30 - Intervalo

10h45 – “Reforma Administrativa do Estado de Goiás: um Modelo de Modernização na Gestão Pública": Marcus Vinicius Siqueira, Doutor em Administração, Professor do Departamento de Administração da UnB e do PPGA/FACE.
11h15 – “Parcerias Público-Privadas (PPP): Instrumento de modernização estatal ou mera fonte de captação de recursos para investimentos públicos?”: José Walter Vasquez Filho, Secretário Executivo do Conselho Gestor de Parcerias Público-Privadas do GDF
Moderador: Henrique Brandão Cavalcanti, ex-Ministro do Meio-Ambiente, Pesquisador Associado do CEAG/UnB.

12h00 – Debates
12:30 - Encerramento

TARDE
14h30 – “A Reforma Fiscal de 1984-89 no Quadro da Adesão de Portugal à Comunidade Européia”: Antonio Carlos Santos, Mestre em Direito, Professor do ISEG, Universidade Técnica de Lisboa.
15h00 – “Parcerias Público-Privadas (PPP): oportunidades e desafios": Roberto B. Piscitelli. Professor da UnB.
Moderador: Paulo Calmon, PhD, IPOL, Diretor do CEAG.

15:45 – Intervalo
16h00 – "Justiça e Cidadania: dilemas para a reforma do judiciário": Luís R. Cardoso de Oliveira. PhD em Antropologia/Harvard University. Professor da UnB.
16h30 – “A Reforma Política e o Desafio da Governabilidade no Brasil”: Paulo Kramer. Doutor em Ciência Política. IPOL, UnB.
Moderador: Eduardo Raupp Vargas, Professor do Departamento de Administração - UnB, Economista, Mestre em Administração, Doutorando do PPGA/EA/UFRGS e do Clersé/Université de Lille 1.

17h15 – Debate
17h45 – Encerramento: Dr. Antonio Oliveira Amado, Presidente da ABOP (a confirmar). Professor Carlos Batista, IPOL, NP3.

480) Ainda no terreno dos principios...

Peter Principle
From Wikipedia, the free encyclopedia, this link.

The Peter Principle is a theory originated by Dr. Laurence J. Peter. It states that successful members of a hierarchical organization are eventually promoted to their highest level of competence, after which further promotion raises them to a level at which they are not competent. The term is a pun on Sigmund Freud's theory of the pleasure principle.

The theory was set out in a humorous style in the book The Peter Principle, first published in 1969. Peter describes the theme of his book as hierarchiology. The central principle is stated in the book as follows:

In a Hierarchy Every Employee Tends to Rise to His Level of Incompetence.

Although written in a lighthearted manner, the book contains many real-world examples and thought-provoking explanations of human behaviour. Similar observations on incompetence can be found in the Dilbert cartoon series (such as The Dilbert Principle). In 1981 Avalon Hill made a board game on the topic titled "The Peter Principle Game." [1]

The employee's incompetence is not necessarily exposed as a result of the higher-ranking position being "more difficult" — it may be simply that the position is different from the position in which the employee previously excelled, and thus requires different skills, which the employee may not possess. An example used by Peter involves a factory worker whose excellence at his work results in him being promoted into a management position, in which the skills that got him promoted in the first place are no longer of any use.

One way that organizations attempt to avoid this effect is to refrain from promoting a person until that person already shows the skills or habits necessary to succeed at the next higher position. Thus, a person is not promoted to manage others if he or she does not already display management abilities. The corollary of this is that employees who are dedicated to their current jobs will not be promoted for their efforts, but might get a pay raise instead.

One complication is that competent employees will often pretend to be incompetent. The simplest reasons for this might be to avoid the jealousy of coworkers and/or to annoy managers. A more complex reason would be to avoid being promoted to a management position. (This is especially common in industries such as big box retail chains where managers' base pay is rather low, and where they are "exempt" employees who are not entitled to overtime pay.) Companies which practice performance improvement techniques often find that employees will deliberately leave room for improvement by starting out at less than peak effectiveness and only ramping up to full productivity later. Employees will also deliberately underperform in order to keep quotas and other expectations from being set too high.
[edit]

Historical precedents
In the Kalila wa Dimna, a Sassanid Persian collection of fables, one of the characters states that "The baseborn weakling is always sincere and useful until he reaches an office he is unworthy of."

Bibliografia:
* Dr. Laurence J. Peter; Raymond Hull (1969). The Peter Principle: why things always go wrong, 179 pages, New York: William Morrow & Company, Inc..
* Dr. Laurence J. Peter; Raymond Hull (1970). The Peter Principle. Pan Books. ISBN 0-330-02519-8.
* Lazear, E. (2001). The Peter Principle: Promotions and Declining Productivity. Working Paper 8094. NBER.

479) Retornando para o que parece serio...

Sempre imaginei que, de fato, as burocracias trabalham para si proprias, e que a alocação de burocratas numa determinada função não tem absolutamente nada a ver com a importância relativa daquela função para a sociedade, mas com a própria razão burocrática, que contem em si mesma sua justficaçãoe e sua própria finalidade...
Agora me deparo com as leis de Parkinson, que parecem resumir "cientificamente" essas situações.
Do site da Wilipedia, neste link.

Parkinson's law
From Wikipedia, the free encyclopedia

Parkinson's Law states that "work expands so as to fill the time available for its completion."

It was first articulated by C. Northcote Parkinson in the book Parkinson's Law: The Pursuit of Progress, (London, John Murray, 1958) based on extensive experience in the British Civil Service. The scientific observations which contributed to the law's development included noting that as Britain's overseas empire declined in importance, the number of employees at the Colonial Office increased.

According to Parkinson, this is motivated by two forces: (1) "An official wants to multiply subordinates, not rivals" and (2) "Officials make work for each other." He also noted that the total of those employed inside a bureaucracy rose by 5-7% per year "irrespective of any variation in the amount of work (if any) to be done".

"Parkinson's Law" is also used to refer to a derivative of the original relating to computers: "Data expands to fill the space available for storage"; buying more memory encourages the use of more memory-extensive techniques. It has been observed over the last 10 years that the memory usage of evolving systems tends to double roughly once every 18 months. Fortunately, memory density available for constant dollars also tends to double about once every twelve months (see Moore's Law); unfortunately, the laws of physics guarantee that the latter cannot continue indefinitely.

"Parkinson's Law" could be more generalized still as: "The demand upon a resource always expands to match the supply of the resource." Brian Tracy put forth an interpretation of this in his course The 21 Secrets of Self-Made Millionaires, noting that "expenses rise to meet income", as a corollary of the law.

It is interesting to note that this generalization has become very similar to the economics law of cost and demand; that the lower the cost of a service or commodity, the greater the demand.

Parkinson also proposed a rule about the efficiency of administrative councils. He defines a coefficient of inefficiency with the number of members as the main explaining variable.

478) Cada um no seu lugar...

Por que a Igreja não deixa, simplesmente, os cientistas fazerem o seu trabalho de descobridores, de pesquisadores do desconhecido?

Agência Estado: 15 de junho de 2006 - 13:25

Hawking: João Paulo II era contra estudo da origem do Universo
João Paulo II teria dito: "É OK estudar o Universo e quando ele começou. Mas não deveríamos questionar o início em si"

HONG KONG - O famoso astrofísico Stephen Hawking disse que o falecido papa João Paulo II pediu que os cientistas evitassem estudar o início do Universo, porque este era o trabalho de Deus. O cientista, autor do best-seller Uma Breve História do Tempo, disse que o papa teria feito esses comentários durante uma conferência sobre cosmologia no Vaticano.

Hawking, que não precisou a data do encontro, declarou que João Paulo II teria dito: "É OK estudar o Universo e quando ele começou. Mas não deveríamos questionar o início em si, porque este foi o momento da criação e o trabalho de Deus". Ao descrever a declaração do papa, durante uma palestra em Hong Kong, Hawking brincou: "Fiquei feliz por ele não ter percebido que eu havia apresentado um artigo na conferência sugerindo como o Universo começou. Não gosto da idéia de ser entregue à Inquisição, como Galileu".

A Igreja Católica condenou Galileu Galilei, no século 17, por defender publicamente a teoria de que a Terra girava em torno do Sol. Em 1992, João Paulo II emitiu declaração afirmando que a condenação de Galileu havia sido um erro, causado por "incompreensão mútua".

João Paulo II insistia que ciência e religião poderiam coexistir. Em 1996, em mensagem à Pontifícia Academia de Ciências, ele declarou que a teoria da evolução seria sólida enquanto levasse em conta que a criação é trabalho de Deus.

477) Mais um pouco de humor: a Lei de Murphy

Murphy's laws origin
(do Murphy's Law Site; neste link)

Dr. Stapp on the Deceleration Track The following article was excerpted from The Desert Wings (March 3, 1978)

Murphy's Law ("If anything can go wrong, it will") was born at Edwards Air Force Base in 1949 at North Base.

It was named after Capt. Edward A. Murphy, an engineer working on Air Force Project MX981, (a project) designed to see how much sudden deceleration a person can stand in a crash.

One day, after finding that a transducer was wired wrong, he cursed the technician responsible and said, "If there is any way to do it wrong, he'll find it."

The contractor's project manager kept a list of "laws" and added this one, which he called Murphy's Law.

Actually, what he did was take an old law that had been around for years in a more basic form and give it a name.

Shortly afterwards, the Air Force doctor (Dr. John Paul Stapp) who rode a sled on the deceleration track to a stop, pulling 40 Gs, gave a press conference. He said that their good safety record on the project was due to a firm belief in Murphy's Law and in the necessity to try and circumvent it.

Aerospace manufacturers picked it up and used it widely in their ads during the next few months, and soon it was being quoted in many news and magazine articles. Murphy's Law was born.

The Northrop project manager, George E. Nichols, had a few laws of his own. Nichols' Fourth Law says, "Avoid any action with an unacceptable outcome."

The doctor, well-known Col. John P. Stapp, had a paradox: Stapp's Ironical Paradox, which says, "The universal aptitude for ineptitude makes any human accomplishment an incredible miracle."

Nichols is still around. At NASA's Jet Propulsion Lab in Pasadena, he's the quality control manager for the Viking project to send an unmanned spacecraft to Mars.
Murphy's Law or Sod's Law?

While I admit that the name of Murphy's laws is a pleasant one as is the story of how it came to light, but the original name for 'if anything can go wrong it will' was sod's law because it would happen to any poor sod who needed such a catastrophic event the least. It also removes the ability to say "I coined this phrase!" because sod's law has been around long before any living man and has existed in many forms for hundreds of years. In the English County of Yorkshire I know it to have been around for generations because it has been passed through several Yorkshire families I know. But this original name is dying out because sod over here is a cursory so is not used much. Murphy's on the other hand is nothing insulting or lacking in hope I hope this clears any problems up and while this maybe hard to come to terms with, think about it, would such an obvious piece of logic have only come about in the second half of the 20th century????
Chris Monkman In the late 1960's I read an article that was photocopied from a magazine where I saw the term "Murphy's Law" coined. Should I say, I believe the term was coined in this article. It had a photo of a bearded man in the upper right corner. The article began simply by describing all the things that had gone wrong in Murphy's life. Near the end of the first section of the article it described the formalization of Murphy's Law, as Murphy was waiting for the pending birth of his first child.

Later in the article other formulations/corollaries of Murphy's law were described. The most memorable one was the mathematical formulation. It was pictured in the text as 1 + 1 -> 2, where the -> was a hand with the index finger pointing to the right. The text defined -> as "hardly every equals".

What prompted me to write this was the foot note on this page, where the author of this comment indicated that the law was not formalized at Edwards Air Force Base, but rather another source.

To the best of my memory, it was in or about the fall of 1968, I saw the photo copied article that presented Murphy's Law. I do not remember the magazine or it's date.

What lead me to this site was the quest for the article described above. To my suprise and disappointment, no one has included the article.

I would be interesting to publish this description and see if anyone else remembers the article or any other facts that would help find it.

Joe Smith One more thing about the origin of Murphy Law

One important fact about Murphy's Law was that it was not actually coined by
Murphy, but by another man of the same name.
Michael Another thing about the origin of Murphy Law

can anyone originate a law? I thought that they could only be discovered
Erin How Mr. Murphy died:

One dark evening (in the U.S.), Mr. Murphy's car ran out of gas. As he hitchhiked to a gas station, while facing traffic and wearing white, he was struck from behind by a British tourist who was driving on the wrong side of the road.

Terry Maynard
Lansing, Michigan Another story about the origin of Murphy's Law

Commander J. Murphy USN was a procurement officer for the US Navy in the 1930's.
He was in charge of the procurement of aircraft.
When monitoring the design and development of new aircraft, he tried to instill simplicity of maintenance into the likes of Douglas and Grumman.
Apparently one of his most belabored expressions was:
"If an aircraft fitter on one of our carriers can re-install a serviced component wrongly, then one day he will."
Gradually, this got changed into the more familiar version we know today, according to the version on the origin of Murphy's Law I heard.

Incidentally, a lot of Brits think that Murphy's Law is an Irish joke.
Murphy is an Irish name of course, and the Irish have been the butt of jokes from Brits for a long time.
Anyway, a lot of Brits seem to think that what Murphy's Law refers to is that the Irish are to blame for things going wrong because they are careless or stupid or both, at least according to British mythology on the Irish.

476) Pausa para o humor (e uma lagrima em homenagem a Raymond Devos)

O humorista e comediante belga Raymond Devos morreu ontem 14 de junho de 2006), informa o Le Monde, que publica uma seleção de algumas de suas frases mais ferinas:

Les bons mots de Devos
LEMONDE.FR | 15.06.06 | 13h32 • Mis à jour le 15.06.06 | 15h31

Jeux de mots et calembours, parfois proches du non-sens, caractérisent l'œuvre de l'humoriste Raymond Devos, qui aimait tourner en dérision les absurdités du monde.

Voici un florilège extrait de ses plus célèbres sketches, dont Ma femme, Je roule pour vous, Où courent-ils ?, Les antipodes, Le sens du ridicule, A tort ou à raison, Un ange passe, Parler pour ne rien dire et Prêter l'oreille.

– Quand on s'est connus, ma femme et moi, on était tellement timides tous les deux qu'on n'osait pas se regarder. Maintenant, on ne peut plus se voir.
– Si ma femme doit être veuve un jour, j'aimerais mieux que ce soit de mon vivant.
– J'adore être pris en flagrant délire.
– Qui prête à rire n'est jamais sûr d'être remboursé.
– Le rire est une chose sérieuse avec laquelle il ne faut pas plaisanter.
– Du moment qu'on rit des choses, elles ne sont plus dangereuses.
– La raison du plus fou est toujours la meilleure.
– Quand j'ai tort, j'ai mes raisons, que je ne donne pas. Ce serait reconnaître mes torts.
– On a toujours tort d'essayer d'avoir raison devant des gens qui ont toutes les bonnes raisons de croire qu'ils n'ont pas tort.
– Etre raisonnable en toutes circonstances. Il faudrait être fou...
– Une fois rien, c'est rien ; deux fois rien, c'est pas beaucoup, mais pour trois fois rien, on peut déjà acheter quelque chose, et pour pas cher.
– Je n'aime pas être chez moi. A tel point que lorsque je vais chez quelqu'un et qu'il me dit : "Vous êtes ici chez vous, je rentre chez moi !"
– Mais pourquoi courent-ils si vite ? Pour gagner du temps ! Comme le temps, c'est de l'argent... plus ils courent vite, plus ils en gagnent.
– Dès que le silence se fait, les gens le meublent.
– Il paraît que quand on prête l'oreille, on entend mieux. C'est faux ! Il m'est arrivé de prêter l'oreille à un sourd. Il n'entendait pas mieux.
– La plupart des gens préfèrent glisser leur peau sous les draps plutôt que de la risquer sous les drapeaux.
– C'est pour satisfaire les sens qu'on fait l'amour ; et c'est pour l'essence qu'on fait la guerre.
– Même avec Dieu, il ne faut pas tenter le Diable.
– Un croyant, c'est un antiseptique.
– La grippe, ça dure huit jours si on la soigne et une semaine si on ne fait rien.
– Se coucher tard nuit.

terça-feira, junho 13, 2006

475) Copas pacas...

Agora que a Copa do Mundo começou verdadeiramente para o Brasil, com a magra vitória de 1 a 0 sobre a seleção da Croácia -- cujo uniforme me lembra algo do Carnaval de Veneza --, posso externar minha impressão sobre esse grandioso exercício que mobiliza centenas de milhões de pessoas around the world.
Apenas a opinião de um brasileiro, submergido por um tsunami de materiais de leitura nos jornais diários, várias horas de audição em todas as rádios possíveis e de alguma visão direta (só alguns jogos) nos mais diversos canais de televisão.

Minha declaração:
-- O duro mesmo, não é ter de ficar roendo as unhas e assistir angustiado a lances favoráveis ou perigosos para o famoso escrete canarinho, o duro é ter de ouvir, ler e assistir a tantos comentários banais, anódinos ou virtualmente insuportáveis de tantos comentaristas de futebol, todas as categorias reunidas (ex-craques, cronistas profissionais e livre-atiradores amadores e caronas habituais).

Para não dizerem que eu sou um chato, incapaz de me comover com o espetáculo do nobre esporte bretão, deixo aqui registrada minha única paixão futebolística, perdida nas brumas da infância quando eu, aparentemente, torcia pela Portuguesa de Desportos.

Hino da Portuguesa de Desportos:

Vamos à luta, ó campeões
Hão de vibrar os nossos corações
Na tua glória, toda certeza
Que tu és grande, ó Portuguesa

Vamos à luta, ó campeões
Há de brilhar a cruz dos teus brasões
E tua bandeira verde-encarnada
Que é a luz de tua jornada

Vitória é a certeza da tua força e tradição
Em campo, a Portuguesa
Prá nós és sempre um time campeão

(Não é cafona?)

sábado, junho 10, 2006

474) O mano a mano Europa vs EUA já é covardia...

Transcrevo abaixo trecho de um artigo de um politico britânico conservador, William Hague (possivelmente candidato a Prime Minister, numa eventual alternância de governo na Grã-Bretanha), sobre o futuro da Europa:

"The American economy is currently about a fifth larger than the EU, but by the middle of this century it will be two-and-a-half times the size, the most extraordinary loss of a region's weight and influence in peacetime. It will mean that 'at current trends, the average U.S. citizen will be twice as rich as a Frenchman or a German in 20 years'." ("The future of Europe: freedom and flexibility", by Rt Hon William Hague MP (Conservative Party - UK), jornal ?, 07/06/2006 )

Em 2000, os europeus adotaram a estratégia de Lisboa, que visa fazer da Europa a área mais competitiva do mundo com base na economia do conhecimento até 2010.
Pelo ritmo em que cresce a produtividade na Europa, comparativamente à dos EUA (e outros países, que desconheço), os Europeus poderão alcançar essa meta em mais ou menos 150 anos, ou seja, em torno de 2156. Isso, se em algum momento os europeus corrigirem a sua ridicula taxa de crescimento da produtividade, para aproximá-la dos indicadores americanos (e possivelmente de outros países, asiáticos, of course).

Como lembra ainda, o honorable , "Only two of the world's top twenty universities are still in Europe and they are Oxford and Cambridge. Japan has one but the United States has seventeen".

O que ele recomenda para a Europa é o que está no título de seu artigo: liberdade e flexibilidade. De fato, esses são os dois grandes conceitos que definem fundamentalmente a economia americana e provavelmente a própria sociedade e a nação americana. Eles são flexíveis e eles estão abertos a todos os tipos de experimentos.
Acho que eles vão continuar crescendo e se afirmando no mundo contemporâneo.
Isso não tem nada a ver, obviamente, com as bobagens que eles possam fazer em política externa, como resultado de ignorância, arrogância imperial, ingenuidade em relação a situações diversas em diferentes partes do mundo, além da ambivalência na defesa da liberdade e da democracia em função de quem são os seus clientes preferencias em determinadas partes do mundo...

A rigidez européia é um obstáculo formidável para sua reemergência como potência mundial, econômica, tecnológica ou eventualmente militar. Acho que vai demorar mais um pouco.
O interessante, para o Brasil, é que somos um povo flexível, também, mas não temos muita liberdade, porque temos um Estado cartorial, que impõe restrições severas às iniciativas individuais, ao over-tax e over-regulate, sem falar que vamos atrás dos europeus (legislação laboral fascista, atuais regras trabalhistas "francesas", etc) em matéria de criar nossa própria rigidez institucional.
Somos campeões em dar tiros no próprio pé.
Ou seja, estamos nos distanciando novamente dos EUA e de outros países...

473) A realidade continua mais edificante...

Como eu dizia, não há Millor que consiga contradizer a realidade do Brasil: puro non-sense...

Veja, 14 de junho de 2006:

André Petry
Retrato do Brasil

"Uma leitura altamente edificante para entender o Brasil"

Em março de 2002, cerca de 250 sem-terra invadiram a fazenda dos filhos do então presidente Fernando Henrique Cardoso em Buritis, no interior de Minas Gerais. Ficaram ali um dia inteiro, mataram cinqüenta galinhas para animar o forró à noite e avançaram sobre a adega consumindo noventa garrafas de vinho, uísque, conhaque e cachaça, além de seis caixas de cerveja. Ao final, dezesseis sem-terra foram presos. Um inquérito policial foi aberto e os dezesseis foram denunciados por três crimes: invasão de estabelecimento agrícola, cárcere privado e resistência à ordem judicial. Um ano depois, o Ministério Público de Minas Gerais pediu o arquivamento do caso, sem nenhuma punição aos sem-terra. O pedido de arquivamento tem 36 páginas, refuta cada um dos três crimes e é uma leitura altamente edificante para entender o Brasil. Um resumo:

INVASÃO DE ESTABELECIMENTO AGRÍCOLA – O relatório do Ministério Público reconhece que os sem-terra efetivamente invadiram a fazenda, mas alega que, para que isso configure crime, é necessário que tenham tido a intenção de impedir o trabalho no local. Como a intenção do MST era defender a reforma agrária, não houve crime. Ponto.

CÁRCERE PRIVADO – O relatório lembra que, no caso desse crime, a vítima precisa ser privada de sua liberdade "em recinto fechado". Mas, como um dos funcionários da fazenda, em seu depoimento, contou que as vias de acesso à propriedade estavam bloqueadas pelos invasores, mas ainda assim era possível andar a pé, o MP concluiu que não houve crime. Os funcionários não saíram de onde estavam porque os sem-terra andavam nas imediações "armados com pedaços de pau". Houve, então, crime de ameaça? Pode ser, diz o MP, mas, se houve, já prescreveu. Ponto.

RESISTÊNCIA À ORDEM JUDICIAL – O relatório admite que, segundo a polícia, "os invasores bradavam palavras de ordem do movimento e mostravam coquetéis molotov, porretes, enxadas, foices, bordunas e machados, exigiam o afastamento da polícia do local e diziam que, caso a polícia permanecesse no local, haveria reação". O MP, porém, achou que, para caracterizar o crime de resistência, é preciso que haja violência ou ameaça. Os sem-terra mostraram suas armas de guerra, mas esses instrumentos não aparecem no auto de apreensão, então... E, além disso, não praticaram violência ou ameaça explícita – então, não houve esse crime. Ponto.

Atento, o MP cogita, por sua própria conta, a hipótese então de ter havido furto, já que os sem-terra abateram cinqüenta aves e arrasaram a adega. Em seguida, o próprio MP diz que, como 250 invadiram a fazenda, mas apenas dezesseis foram presos, não era possível atribuir o crime a eles indiscriminadamente. Mais: diante do "óbvio estado de necessidade", diz o relatório, claro que eles tinham de pegar algo para comer e beber.

Mais atento ainda, o MP cogita se não teria havido crime de dano, diante das notícias de que houve depredação de janelas e portas. Em seguida, o MP diz que o laudo não confirma os dados e, mesmo que confirmasse, para que existisse crime, o dano precisaria ter valor significativo para o dono. E conclui que, quem tem fazenda com "heliponto, parque para crianças, casa-sede luxuosamente decorada", não sentirá falta de umas janelas e portas.

Por fim, o MP lembra: será que não houve então invasão de domicílio? Também não, porque o crime só se comete contra o local de moradia de alguém, e como ninguém morava na fazenda....

E então? Agora deu para entender melhor o Brasil?

472) Sorry, Millor, mas...

...a realidade é muito mais emocionante...

Veja, 14 de junho de 2006:

Diogo Mainardi
A última sobre Dantas

"Dantas perguntou ao empreiteiro Sérgio Andrade qual era o papel de Lula no esquema do mensalão. Andrade, que é amigo de Lula, respondeu que o presidente não apenas sabia de tudo, como comandava o esquema"

Daniel Dantas já enjoou. Eu sei. Esta é minha última coluna sobre ele. Não quero virar um Mino Carta. Volto ao assunto apenas porque preciso me livrar de todo o material que acumulei nos últimos meses e que agora, com o acordo entre Daniel Dantas e Lula, perdeu a validade. Nada do que eu disser terá efeito prático. Dane-se. O que me interessa é esclarecer alguns pontos que ainda permanecem no ar.

Meu primeiro contato com Daniel Dantas e seus homens ocorreu em setembro do ano passado, depois que publiquei duas colunas acusando-o de ter financiado o mensalão. De lá para cá, foram muitos outros encontros, que me permitiram reconstruir suas idas e vindas com o governo. O que Daniel Dantas e seus homens me contaram confidencialmente foi o seguinte:

• Em meados de 2002, Naji Nahas informou a Daniel Dantas que o presidente da Telemar, Carlos Jereissati, tinha assinado um acordo com o PT, em troca de dinheiro para a campanha eleitoral. Pelo acordo, o governo tomaria a Brasil Telecom de Daniel Dantas e a entregaria à Telemar.

• Daniel Dantas reagiu da única maneira que conhece, oferecendo ele também dinheiro para a campanha de Lula. Em 30 de setembro de 2002, depois de tratar com Delúbio Soares e Antonio Palocci, um de seus homens entregou-lhes 2 milhões de dólares, num hotel em São Paulo.

• Quando Lula foi eleito, o presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, assumiu o comando da trama lulista para tomar a Brasil Telecom. Daniel Dantas me mostrou uma carta de Casseb à diretoria do Citigroup. Na carta, Casseb afirmava que Lula odiava Daniel Dantas e que faria de tudo para tirá-lo da Brasil Telecom.

• Daniel Dantas teve acesso também a um documento que relata o encontro entre a diretoria internacional do Citigroup e Lula. O principal assunto do encontro era a retirada de Daniel Dantas da Brasil Telecom. Lula alega que nunca soube da bandalheira que ocorria à sua volta, mas o fato é que ele interferiu pessoalmente numa disputa comercial, pressionando um banco estrangeiro a favorecer um grupo privado que o financiava em detrimento de outro.

• Daniel Dantas perguntou ao empreiteiro Sérgio Andrade, da Andrade Gutierrez, qual era o papel de Lula no esquema do mensalão. Sérgio Andrade, que é amigo de Lula, respondeu que o presidente não apenas sabia de tudo, como comandava o esquema.

O resto da história já foi contado aqui e em outras matérias de VEJA, do achaque de 50 milhões de dólares praticado por Delúbio Soares à ajuda prestada por Daniel Dantas para acobertar o superfaturamento da empresa do filho de Lula. O único ponto que resta em aberto é a Kroll. Daniel Dantas conta que contratou a empresa para investigar um suposto desvio de dinheiro do presidente da Telecom Italia, Roberto Colaninno, na compra da CRT. Quando o caso de espionagem veio à tona, Daniel Dantas temeu ser preso. Um agente da Kroll foi contratado então para descobrir os dados bancários de Lula e de seus ministros no exterior. A lista que ele apresentou é aquela que está em poder do procurador-geral da República. Daniel Dantas tratou de desmerecer publicamente o trabalho do agente da Kroll, considerando seus achados inverossímeis. Em particular, ele e seus homens são muito menos céticos. Eles acreditam no agente da Kroll. Eu também.

quarta-feira, junho 07, 2006

471) Mercosul científico: dinheiro não parece ser problema...

Do Jornal da Ciência, 06.06.06:

Argentina e Brasil se unem no apoio a um programa regional de US$ 2 milhões para financiar projetos de pesquisas conjuntas em áreas estratégicas

O secretário de C&T da Argentina, Túlio Del Bono, anunciou, durante a visita à 2ª Reunião de Buenos Aires, a disposição de investir US$ 1 milhão para um programa de cooperação em C&T entre os países da região. O ministro da C&T do Brasil, Sergio Rezende, manifestou pleno apoio à iniciativa e também lhe garantiu US$ 1 milhão


José Monserrat Filho escreve de Buenos Aires para o ¨JC e-mail¨:

Hoje foi um dia histórico nas relações entre Brasil e Argentina na área de C&T, com implicação em todo o Mercosul.

O Secretário de C&T da Argentina, Túlio Del Bono, visitou as salas do Museu de Ciencias Naturais ¨Bernardino Rivadávia¨, onde se desenrolam as sessões da 2ª Reunião sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade, e depois conversou informalmente com os organizadores do evento.

Nesta ocasião, Del Bono informou que o Ministério da Educação e C&T da Argentina havia aprovado o programa de cooperação em C&T entre Argentina, Brasil, Uruguai e outros países interessados do Mercosul, reservando para tanto US$ 1 milhão.

Para o secretário argentino, o programa poderia ser lançado operacionalmente já em setembro ou outubro deste ano.

Contatado pelo presidente da SBPC, Ennio Candotti, logo depois do encontro com Del Bono, o ministro brasileiro de C&T, Sergio Rezende, expressou total apoio ao programa e também anunciou US$ 1 milhão para financiá-lo.

Assim, mesmo sem um contato direto, os responsáveis pelos setores de C&T de ambos os países convergiram em iniciar já este ano um programa de US$ 2 milhões para fomentar pesquisas conjuntas sobre temas estratégicos para os países da região.

O Brasil já tem o programa ¨ProSul¨, vinculado ao CNPq, destinado a fomentar projetos de pesquisa em cooperação com os países do Mercosul. A Argentina, neste momento, está criando um programa nacional com idêntica finalidade.

As preliminares do novo programa binacional devem ser lançadas oficialmente nesta quinta-feira pelo ministro da Educação e C&T da Argentina, Daniel Filmus, e pelo presidente da SBPC, Ennio Candotti, trazendo a mensagem de apoio do ministro brasileiro de C&T, Sergio Rezende.

O embaixador do Brasil na Argentina, Mauro Vieira, certamente estará presente, até porque, seguindo orientação do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, ele vem trabalhando para ampliar as áreas de cooperação científica e tecnológica no Mercosul.

O Brasil deve assumir o comando do Mercosul este ano e os planos do Itamaraty apontam na direção de intensificar os projetos de incremento da C&T na região.

470) Mercosul politico: o progresso parlamentar

Comissão aprova Protocolo do Parlamento do Mercosul
06.06.06, do site do PT:

A Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul aprovou ontem o Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul, bloco integrado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Uma vez totalmente aprovado pelo Legislativo dos quatro países, o parlamento terá função consultiva e de acompanhamento dos processos de negociação do Mercosul.
"O Parlamento do Mercosul é importante, em primeiro lugar, por ser um local onde o cidadão terá voz, porque hoje ele não tem onde se queixar; em seguida, porque o parlamento dá uma nova institucionalidade ao Mercosul, e quanto mais institucionalidade, maior a segurança política", afirmou o deputado Dr. Rosinha (PT-PR).
O Parlamento do Mercosul está previsto para ser instalado até dezembro deste ano. No Congresso, o protocolo deve ser aprovado agora pelas comissões de Relações Exteriores, de Constituição e Justiça e pelos plenários da Câmara e do Senado Federal. Segundo Dr. Rosinha, o cronograma inicial prevê que o Parlamento do Mercosul esteja em funcionamento em maio de 2007. A sede será em Montevidéu (Uruguai).
A constituição do Parlamento do Mercosul, afirmou o deputado, será feita em dois períodos. No primeiro período, durante quatro anos, os parlamentos nacionais de cada país indicarão 18 parlamentares cada um. No segundo período será definida a proporcionalidade de membros. A partir de 2011 os parlamentares serão eleitos por eleição direta e, a partir de 2014, as eleições deverão ocorrer no mesmo dia em todos os países do Mercosul. Segundo Dr. Rosinha, uma das primeiras prioridades de ação será a definição do regimento interno.

469) Um dialogo (unilateral) com os antiglobalizadores (ou "altermundialistas", como eles preferem se chamados)

Informo que um dos meus últimos trabalhos acaba de ser publicado.
Eis os dados:

“A globalização e seus descontentes: um roteiro sintético dos equívocos”
(Brasília, 7 abril, 2006, 6 p.)

Espaço Acadêmico: ano VI, nº 61, junho 2006; link: http://www.espacoacademico.com.br/061/61almeida.htm

Por acaso, logo depois de terminar esse trabalho (que leva o número 1573), tomei conhecimento de um artigo (ainda não publicado) do economista catalão Xavier Sala-i-Martin, a partir do qual elaborei esse meu outro trabalho, que já responde a pelo menos uma das questões levantadas no artigo anterior:

1574. “Sorry, antiglobalizadores: a pobreza mundial tem declinado, ponto!”
(Brasília, 9 abril 2006, 18 p.
Texto apresentando, resumindo e discutindo o estudo de Xavier Sala-i-Martin, “The World Distribution of Income: Falling Poverty and... Convergence, Period”, The Quarterly Journal of Economics (vol. 126, nº 2, 2006; link: http://www.columbia.edu/~xs23/papers/pdfs/World_Income_Distribution_QJE.pdf), com comentários adicionais sobre o processo de globalização.
Original disponibilizado no site pessoal, neste link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1574DistribRendaMund.pdf

terça-feira, junho 06, 2006

468) Divulgando a cultura brasileira (agora sem limites...)

Meu amigo Afonso Borges, mineiro, poeta, promotor cultural, entusiasta dos livros e das coisas do Brasil em geral (não sei se nessa ordem, mas o produto é bom igual...), me enviou este anúncio espetacular, para muitas noites de deleite, lazer, entretenimento cultural, enriquecimento pelos livros.
(Esclareço que eu participei, tambem, de um dos eventos do "Sempre um Papo", aquele que traz o nome do Embaixador Rubens Antonio Barbosa).
Vamos lá, uai...

Caros Amigos,

Em mais uma ação comemorativa dos 20 anos do "Sempre Um Papo",
informo, com enorme satisfação, que estão disponíveis em nosso site,
www.sempreumpapo.com.br, todos os 47 programas gravados pela
TV Câmara / Radiobrás em Brasília, no curso destes três anos de atividade,
graças ao patrocínio da CAIXA, com o apoio do Jornal Correio Braziliense.
Esta iniciativa só foi possível devido ao apoio do Portal www.uai.com.br
que disponibilizou um servidor com capacidade para armazenar os programas.
Agradecemos também à Asa Comunicação, em especial à webdesigner
Mariana Berutto, autora da nova arquitetura do home page e sua equipe.

Meu sonho, agora, é que estes programas, que divulgam a literatura
brasileira, possam ser assistidos pelo maior número de pessoas em escolas,
universidades e mesmo em outros países. Nesse sentido, solicito a fineza da
divulgação desta, para que mais pessoas tenham acesso. O download é livre,
e a lista segue abaixo. Cordiamente, Afonso Borges (por favor, não dêem o
reply nesta mensagem. Meu email é info@sempreumpapo.com.br). E mais:
a programação será atualizada automaticamente, durante o ano.

- Affonso Romano de Sant´Anna (Escritor e Poeta)
- Amyr Klink (Navegador e escritor)
- André Trigueiro (Jornalista)
- Ângela Vieira (Atriz) e Miguel Paiva (Escritor e Cartunista)
- Araquém Alcântara (Fotógrafo)
- Banda Pato Fu (Músicos)
- Carl Honoré (jornalista)
- Cláudio de Moura Castro (Escritor)
- Cleo Fante (educadora)
- Dad Squarisi (Jornalista)
- Danuza Leão (escritora)
- Denise Fraga (atriz)
- Dráuzio Varela (Médico e Escritor)
- Edgar Telles Ribeiro (Escritor)
- Eduardo Giannetti ( economista e filósofo)
- Fernando Morais (Escritor)
- Frei Betto (Teólogo)
- Frei Betto (Teólogo)
- Frei Betto (Teólogo)
- Gabriel Chalita (Filósofo e escritor)
- Gilberto Gil (Músico); Bené Fontelles e Carlos Rennó (Escritores)
- Heloísa Perissé (atriz e escritora)
- Humberto Werneck (jornalista e escritor)
- Isay Weinfeld (Arquiteto)
- Jaime Lerner (Arquiteto)
- Jorge Forbes (Psicanalista)
- José Eduardo Agualusa (Escritor)
- Lya Luft (Escritora)
- Lya Luft (Escritora)
- Maitê Proença (atriz e cronista)
- Marcel Souto Maior (Escritor)
- Marina Colasanti (Escritora)
- Martinho da Vila (músico)
- MV Bill (rapper e escritor)
- Nélida Pinõn (Escritora)
- Nelson Motta (Escritor)
- Olivier Anquier (boulanger e apresentador)
- Padre Ricardo Rezende (Escritor)
- Paulo Sandroni (Economista)
- Ronaldo R. F. Mourão (Astrônomo)
- Rubem Alves (escritor)
- Rubens Barbosa (Embaixador)
- Rui Castro (Escritor)
- Ruy Castro (Escritor)
- Tirso Saénz e Frei Betto (Escritores)
- Zeca Camargo (Jornalista)
- Zuenir Ventura (jornalista e escritor)

Afonso Borges www.sempreumpapo.com.br
031 3261-1501
Afonso Borges - www.sempreumpapo.com.br - 031 3261-1501
email: info@sempreumpapo.com.br

467) De volta aos velhos temas: pesquisa em política externa

Pesquisas em política externa brasileira
06/06/2006

Agência FAPESP - O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) acaba de lançar um edital para apoiar projetos de pesquisa no âmbito do Programa Renato Archer de Apoio à Pesquisa em Relações Internacionais.
A iniciativa é uma parceria entre os ministérios da Ciência e Tecnologia e das Relações Exteriores. O edital disponibiliza um total de R$ 4 milhões para financiar as propostas aprovadas. Os recursos são provenientes dos fundos setoriais de Infra-Estrutura e Verde-Amarelo.
Segundo o CNPq, o Programa Renato Archer pretende criar um mecanismo inovador de incentivo à pesquisa em relações internacionais que apóie a constituição de redes cooperativas de pesquisa em torno de temas considerados prioritários para a política externa brasileira.
Os temas prioritários listados no edital são: paz e segurança internacional; estudos sobre pólos de poder; América do Sul; desenvolvimento, ciência e inovação tecnológica; e normatividade e governança internacional. As propostas apresentadas deverão contemplar uma ou mais dessas cinco áreas temáticas.
Os projetos deverão ser submetidos por pesquisadores vinculados a cursos de pós-graduação stricto sensu em relações internacionais, reconhecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). As redes cooperativas de pesquisa, no entanto, poderão ser formadas com a participação de pesquisadores atuantes em outras áreas do conhecimento.
As propostas deverão ser submetidas ao CNPq até às 18h do dia 14 de agosto de 2006, exclusivamente pela internet. O formulário de propostas eletrônico estará disponível, a partir do dia 14 de junho, na página http://efomento.cnpq.br/efomento.
O resultado será divulgado no Diário Oficial da União em 11 de setembro e o início da contratação dos projetos aprovados está previsto para o dia 26 do mesmo mês.

466) Ainda "interrompido" para um registro

O PT é um partido curioso: seu líder na Câmara condenou os atos de vandalismo perpetrados por militantes do MLST na Câmara dos Deputados, nesta data fatídica de 06/06/06.
Em que termos?
Vejamos:

"06/06/2006 - 17:43 (do site do PT):
Invasão: Líderes do PT consideram atos violentos na Câmara
Os líderes do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), e do Governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP) repudiaram veementemente a invasão do prédio da Câmara, nesta terça-feira.

“O PT declara aqui o seu mais absoluto repúdio aos atos de violência aqui cometidos”, disse Fontana. Ele defendeu uma “investigação com seriedade e profundidade para a punição e responsabilização dos culpados”. Fontana apoiou a decisão do presidente da Casa, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) de mandar prender os invasores.
(...)
Henrique Fontana salientou que os invasores não se manifestavam “em nome de partido político nenhum”. Para ele, o povo pode ter posições de um lado e de outro no espectro político, mas a bancada do PT repudia, de um lado e de outro, o vandalismo.
Fontana disse ainda que os movimentos sociais não podem ser criminalizados por conta de ato extremado de pessoas que “vieram aqui para supostamente defender movimentos sociais.É preciso capacidade de dialogo, de entendimento, de foram democrática, envolvendo todos os partidos”, disse.
O líder petista lembrou que o Congresso é lugar de debates de opiniões e não pode ser desrespeitado com atos de vandalismo. “O Parlamento não pode sofrer uma agressão como essa. Reivindicar é legítimo e democrático, mas agressão e ato de vandalismo não correspondem a uma atitude civilizada da sociedade”, criticou Fontana."

Ah, bom: eu julgava que nem precisava lembrar que vandalismo e agressão não são atos civilizados, caso alguém possa se enganar.
Caberia recordar aqui o que disse o mesmo líder do PT quando da invasão e depredação dos laboratórios e plantações experimentais da Aracruz, no RS, em 8 de março de 2006.
Na ocasião, ou melhor, um dia depois, disse o "líder" (sempre do site do PT):

"O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), criticou ontem (09/03) da tribuna da Câmara dos Deputados a “atitude inaceitável” na ação de membros da Via Campesina que levou à destruição, na última quarta-feira, do centro de pesquisas da empresa Aracruz Celulose, na cidade de Barra do Ribeiro, no Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo ressalvou que “temos de compreender que, do mesmo jeito que a ação de quarta-feira merece crítica contundente, o PT apóia soluções negociadas para os conflitos sociais existentes no País.”

Será que desta vez não seria o caso de "compreender" e procurar "soluções negociadas" para esses conflitos sociais?
E eu pergunto: que conflito poderia haver entre a Câmara e o MLST?
Que conflito havia entre a Aracruz Celulose e a Via Campesina?
Ao que se saiba não há nenhum conflito entre os militantes do MLST e da VC e o Palácio do Planalto, uma vez que eles são recebidos sem problemas nesse âmbito...

465) Peço licença para uma interrupção...

... e deixar de lado, temporariamente, meus temas diplomáticos, livrescos ou culturais. Como é o assunto do dia, vou tratar de vandalismo, depredações, invasão da chamada "Casa do Povo" (já foi mais...) e violência contra funcionários da segurança.
Estou falando, obviamente, dos atos perpetrados na Câmara dos Deputados, nesse dia emblemático (06/06/06, tem gente que faz ilações), por um grupo de arruaceiros arrebanhado pelo Movimento de Libertação dos Trabalhadores Sem Terra, dirigido pelo Secretário dos Movimentos Sociais do PT (mas que não precisaria ser, pois entendo que o PT já deixou a fase de quebrar vidros e atirar pedras).
As cenas são memoráveis, no pior sentido da palavra.
Primeiro a descrição fria dos fatos, tal como relatada por uma agência de imprensa:

"Sem-terra invadem, depredam e deixam feridos na Câmara
BRASÍLIA - Integrantes do Movimento pela Libertação dos Sem-Terra (MLST) invadiram e depredaram, na tarde desta terça-feira, a Câmara dos Deputados. O coordenador de Apoio Logístico do Departamento de Polícia Legislativa (Depol), Normando Fernandes, está na UTI com afundamento craniano frontal esquerdo e edema cerebral. Outros 24 também ficaram feridos. 545 integrantes do movimento foram presos, entre eles seis lideranças. Bruno Maranhão, que comandou a invasão é dirigente do PT.
Os presos foram recolhidos ao ginásio Nilson Nelson, onde ficaram sob custódia da Polícia Militar do Distrito Federal para serem identificados. Os que estiveram à frente dos atos de vandalismo poderão ser processados por tentativa de homicídio, danos ao patrimônio público e formação de quadrilha.
Vinte e seis seguranças saíram feridos do confronto. Eles estavam em menor número. Foram alvo de pedradas, pauladas e socos. O Coordenador de Logística do Departamento de Polícia (Depol) da Câmara, Normando Fernandes, foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, depois de ter sido atingido por uma pedra.
Outro agente de segurança quebrou a perna ao ser jogado de uma altura de cerca de três metros próximo a escada rolante que dá acesso à entrada do subsolo do Anexo 4. De acordo com informações da Secretaria de Comunicação da Câmara, dos 26 feridos atendidos pelo serviço médico, dois eram manifestantes e os demais seguranças.
Segundo o MLST, o grupo veio a Brasília para reivindicar a revogação da medida provisória que impede a vistoria em terras ocupadas e mais dinheiro para reforma agrária. Segundo ele, os manifestantes vieram da Bahia, de São Paulo e Minas Gerais.
Vandalismo
Os sem-terra destruíram um automóvel Uno no estacionamento do anexo 2, quebraram a porta de vidro e depredaram vários equipamentos, como os postos informatizados de atendimento ao público. Enquanto se dirigiam para o plenário da Casa, os manifestantes quebraram vasos de plantas, painéis e maquetes da exposição.
No plenário, o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), avisou que iria negociar com os manifestantes enquanto eles não se retirarem do prédio. "Vou mandar prender todos. De preferência, pelos seguranças da Casa", afirmou.
Aldo conversou rapidamente o líder Bruno Maranhão, e avisou que não haveria negociação enquanto a Câmara estivesse ocupada, além de avisar que tinha dado a ordem para que todos fossem presos.
Após ser informado sobre a ordem de prisão, Maranhão pediu para que os manifestantes deixassem a Câmara e se concentrassem em frente ao prédio do Congresso.
Em frente ao prédio do Congresso, policiais da Câmara prenderam Bruno Maranhão, que passou mal e caiu no chão. Maranhão foi abordado por oito policiais da Câmara que lhe deram ordem para acompanhá-los.
Ele se negou a obedecer a ordem dos policiais e foi agarrado por um dos agentes, que o dominou com uma "gravata". Os policiais começaram, então, a carregar Maranhão até um veículo do serviço de segurança. Foi quando Maranhão começou a passar mal e caiu no chão. Os policiais chamaram uma ambulância.
Dissidência
O MLST é uma dissidência do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem-terra. Atua principalmente no Estado de Pernambuco. Surgiu em agosto de 1997 e é formado por militantes de esquerda e por ex-lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O movimento tem representantes em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Maranhão. O movimento tem melhor organização no estado brasileiro de Pernambuco.
O movimento já invadiu, em abril do ano passado, o Ministério da Fazenda, em Brasília. A ocupação também foi comandada por Bruno Maranhão. Cerca de 1.200 manifestantes tomaram todos os andares do prédio, reivindicando a liberação de recursos para a reforma agrária.
Depois de seis horas de ocupação o grupo deixou o prédio. Conseguiu apenas a promessa de uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros da Fazenda e do Desenvolvimento Agrário."

Agora, uma transcrição de notas da coluna de Claudio Humberto (não frequento o personagem, mas recebi estas notas de um colega:

Vândalos freqüentam o Planalto
http://www.claudiohumberto.com.br/
06/06/2006 | 18:44

O "Movimento de Libertação dos Trabalhadores Sem Terra" (MLST), que invadiu, depredou e agrediu pessoas no Congresso Nacional, na tarde de hoje, é uma espécie de linha auxiliar do PT. Já foi recebido pelo presidente Lula oficialmente, em alguns ocasiões (como mostra a foto de Antônio Cruz/Agência Brasil, de 9 de julho de 2004), ou pessoalmente, por meio de seu principal líder, Bruno Maranhão, amigo pessoal do presidente, um dos coordenadores de sua campanha de reeleição e de ser secretário nacional de Movimentos Populares do PT.

06/06/2006 | 16:53 http://www.claudiohumberto.com.br/
Maranhão é secretário nacional do PT
O chefe da invasão ao prédio do Congresso Nacional, Bruno Maranhão, cuja ação provocou danos materiais e ferimentos em duas dezenas de pessoas, é o atual secretário nacional de Movimentos Populares do Partido dos Trabalhadores. Ex-PCBR e ex-exilado político voluntário em Paris, Maranhão é um dos fundadores do PT e grande amigo do presidente Lula, com quem almoça e bebe freqüentemente.

06/06/2006 | 16:45
Lula usou o boné dos baderneiros
O presidente Lula recebeu no Palácio do Planalto alguns líderes do tal "Movimento de Libertação dos Trabalhadores Sem Terra (MLST)" e não apenas usou um boné dessa seita maoista como até agitou uma bandeira que lhe foi entregue. O fato ocorreu em 9 de julho de 2004. Ao sair do encontro, um dos porraloucas que lidera o MLST, Hélio Freitas, declarou satisfeito: "A estratégia do governo Lula para desenvolver o campo e a nossa são a mesma".

06/06/2006 | 16:29
Chefe da baderna é do PT e amigo de Lula
O pernambucano que liderou a invasão e depredação da Câmara dos Deputados, Bruno Maranhão, é filiado ao PT do seu estado, milita na CUT e integra a coordenação da campanha de reeleição do presidente Lula. No plenário da Câmara, agora há pouco, o deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO) foi o primeiro a mencionar não apenas o nome de Maranhão, mas também o fato de o líder dos baderneiros ser freqüentador de almoços e jantares com o presidente Lula."

Farei comentários oportunamente.

segunda-feira, junho 05, 2006

464) O FMI está sem dinheiro, acreditem...

Não é sempre que ocorre esse tipo de coisa, mas o mundo é cheio de surpresas. Vejam vocês esta notícia no boletim do FMI de 5 de junho de 2006:

"El FMI ha formado un grupo de prestigiosos expertos independientes que analizará distintas opciones para financiar los costos operativos de la institución. Esos costos se venían cubriendo con los intereses y las comisiones de los préstamos otorgados a los países, cuya reciente y considerable reducción ha provocado una insuficiencia de ingresos y ha obligado a la institución a estudiar otras fuentes de financiamiento."

Ou seja, o FMI vivia da desgraça alheia. Agora que a situação mundial melhorou, que há excesso de liquidez irrigando os mercados financeiros, que os emergentes recebem muitos investimentos diretos, que quase nenhum país tem algum pacote milionário de ajuda, o FMI ficou sem fundos - que eram dados pelas comissões recebidas pelos empréstimos - para pagar sua rica e custosa burocracia.
Pois eu recomendo um programa de ajuste para o FMI, com redução de salários, aumento da tarifa do restaurante (subsidiado, of course), venda de ativos, terceirização de atividades e privatização de vários serviços internos (edição de publicações, por exemplo).
Também começaria por fazer terceirização da assessoria econômica, contratando economistas mais baratos na Índia e em outros países -- não, por favor, da Unicamp, não -- e talvez até algum off-shoring de certas funções diretivas, quem sabe até do próprio diretor-geral. Em lugar de pagar 300 mil dólares anuais para Rodrigo Rato, que tal fazer uma concorrência e ver qual economista se disporia a trabalhar por no máximo 100 mil dólares (sem seguro saúde ou férias remuneradas, claro)? Ele nem precisaria trabalhar em Washington, podendo se corresponder com seus subordinados por e-mail...
Ajuste fiscal no FMI!

463) Aniversário de Adam Smith e de John Maynard Keynes

Today, June 5, is the birthday of Adam Smith, and also coincidentally of John M. Keynes! Read about them, and also about income distribution, in the Concise Encyclopedia of Economics: http://www.econlib.org/library/CEE.html

Mas, também estes eventos:
1507 England and Netherlands sign trade agreement
1933 Gold standard abolished (nos EUA)
1947 Secretary of State George C. Marshall outlines Marshall Plan
1988 Russian orthodox church celebrates 1,000th anniversary

domingo, junho 04, 2006

462) O fim da pobreza?: talvez, antes no livro, depois na realidade

Apresentacação de um livro sobre a "liquidação" da pobreza, pelo menos em intenção...
Do site do The Globalist, um foro decididamente a favor da globalização.
Veja neste link.

How to Help the Poor Out of Poverty
By Stephen C. Smith | Tuesday, May 16, 2006
Globalist Bookshelf > Global Development

In the last few decades, some progress has been made in helping poor people overcome poverty across the world. However, hundreds of millions still remain trapped in poverty. Stephen C. Smith, author of “Ending Global Poverty,” argues that effective programs and organizations in those countries are making a positive impact.

We live in a special moment in history. There are real reasons for optimism. Economic growth is fairly high, technological progress and the spread of new technologies around the world is rapid.

Meanwhile, market efficiencies are improving, democracy and freedoms are reaching an ever-larger number of people — and measurable progress has been made toward ending global poverty.

In one very possible future, we could virtually end extreme poverty in the next quarter century. But a different and far worse future is also all too possible. We could still lose the struggle to end global poverty. This is a time of dramatic change — and social and economic patterns have not become set.

In the developing world, instead of gaining new rights and freedoms, the poor could find themselves subjected to wider abuses and denial of basic rights. Hundreds of millions of people could sink further into hunger and disease, with large regions of the world trapped in poverty indefinitely.

Elites in the developing world, aided negligently by global business, could view globalization as an opportunity to exploit the poor more effectively.

A new period of stagnation
Stifled by debt, the poorest countries could enter into a new period of stagnation.

In developed countries, a growing focus on the war on terrorism to the exclusion of other social objectives and a frustration with the slow pace of progress, could lead to a loss of resolve.

The struggle to end extreme poverty is strongly complementary with the struggle against terrorism, but in budgets around the world these goals seem to be in competition with each other.

If the priority of aid is to end extreme poverty, then we need to focus attention on what the poor need, what capabilities and assets they lack — and what local and global forces are holding them back.

Aid could have more impact on extreme poverty — if it is approached with the perspective that helping people and local communities helps their countries to get stronger and their economies to grow.

Stimulating growth
We can hope that, by helping a country's government agencies or private sector, we will stimulate growth and efficiency and thereby help the poor. But we cannot focus on this hope to the exclusion of working with the organizations best situated to assisting the poor.

Successful cases of development usually involve a unique, local response to local constraints that outsiders are not in a good position to understand.

Local responses
Few recent examples of highly successful development, which are concentrated in Asia, correspond to simple reliance on the invisible hand. Market incentives play a key role, but so do effective government and a dynamic citizen sector, working in concert.

Local development strategies can be worked out with foreign advice, but they must be locally owned — in fact as well as in name — and carried out on local terms.

The World Bank, bilateral agencies and NGOs all have roles to play. However, to reach those living in extremely poor countries, the old model of seeking to influence elites to follow the popular theories of the moment will have to be discarded. Instead, we need to favor strategies for helping to provide the keys to capability at the community level — and assisting, not insisting, on particular policies.

Despite progress in understanding some of the key sources of growth and the role of institutions in improving market efficiency, remarkably little is known about how to design and implement policies to ensure that growth in the developing world effectively lifts the poor out of poverty.

The need for a larger voice inside the World Bank
In the world of policymaking as much as in the world at large, the voices of the rich can he heard loud and clear, while those of the poor barely register. The poor countries, and the poor themselves, now need a larger voice in the World Bank and other development decisionmaking.

Currently, the World Bank is governed by one-dollar-one-vote, giving control to rich country donors. As a first step to expanding the voice of the governed, the World Bank could create an advisory council comprised largely of people from developing countries who have made a difference in the lives of the poor, such as leading entrepreneurs.

A compelling moral issue
Rather than using ad-hoc committees to address controversial issues, this would be a permanent body, though with a rotating membership selected by an independent and transparent process.

The council would need guarantees of independence and full access to information and staff assistance, and would make public recommendations, and control a steadily growing share of the budget. This would go a long way to restoring credibility.

Ultimately, the one-dollar-one-vote structure of World Bank decisionmaking will have to give way to a more people-friendly formula.

Every era has its compelling moral issues. For Ralph Waldo Emerson it was slavery. He would have preferred to contemplate, and to discuss philosophy with his friends. But in the end, Emerson felt he had to risk everything to take a stand against slavery at a time when it was perceived as an extreme and inflammatory position.

To end global poverty will require everyone's help. The next step is yours.

Adapted from the book "Ending Global Poverty" by Stephen C. Smith, copyright © 2005. Reprinted by arrangement with Palgrave Macmillan.

sábado, junho 03, 2006

461) Já somos hexa-campeoes?

Outro exemplo dessas raciocínios cabalísticos que prometem, mais do que cumprem, mas que sempre encontram ressonância nas colunas de fofocas e curiosidades em geral...
(recebido em 3 de junho de 2006):

Matematicamente ja somos hexa.

"Na Matemática tem cada coisa... Olha só que coisa interessante...

O Brasil ganhou a copa do mundo em 1994, antes disso, sua última conquista do título foi em 1970. Se você somar 1970 + 1994 = 3964. A Argentina ganhou sua última copa do mundo em 1986, antes só em 1978. Somando 1978 + 1986 = 3964. Já a Alemanha ganhou a sua última copa em 1990. Antes disso foi em 1974. Somando 1990 + 1974 = 3964. Seguindo esta lógica, poderia se ter adivinhado o ganhador da copa o mundo de 2002, pois este teria que ter sido o vencedor da copa de 1962! Conferindo: 3964 -2002 = 1962. E o ganhador da copa em 1962 foi o Brasil!
E quem venceria a copa do mundo de 2006? Resposta: 3964 - 2006 = 1958.
E quem ganhou em 1958?... Putz, foi o Brasil!!! O HEXA É NOSSO!!!"

Como se diz em matématica: era o que se precisava demonstrar...

460) Da Bolivia ao Primeiro Comando da Capital...

Para os que apreciam as versões conspiratórias da história (recebido de uma dessas infindáveis listas de interesse comum, e que também servem para um pouco de fofoca e transmissão de piadas):

Assunto: Coincidências

REPASSANDO....

COINCIDENCIAS "DEMÁS"

Em Cochabamba, território de plantio Ilegal da planta Erythroxylon coca
(cocaína) na Bolívia (outros territórios tem plantio legal para consumo
interno da folha) ganharam as eleições o partido de EVO MORALES (MAS).

Evo recebeu APOIO ELEITORAL em sua campanha, do presidente Lula.

Em Cochabamba existe um DEPUTADO, do partido MAS, que se chama: Gabriel
Herbas Camacho.

Marcola chama-se: Marcos Willians Herbas Camacho
Seu irmão aqui no Brasil, preso pelo Denarc (Departamento de
Investigações Sobre Narcóticos), na noite de terça-feira, no Tatuapé, na
Zona Leste da Capital...chama-se: Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior,
de 34 anos.

Eles, Gabriel, Marcola e Alejandro, são filhos de um mesmo boliviano.

Então fica assim: Quinta-feira todos os políticos sabiam da entrevista BOMBA
de DANIEL DANTAS na VEJA, que sairia na sexta-feira...
Na sexta-feira, MARCOLA, que tem ligações com o MST, as FARC's e com o MAS
(partido de Evo, apoiado por LULA, amiguinho do PT no Fórum São Paulo),
começa uma mega rebelião em SP...
Coincidências demais, né? E o gás? Sumiu do noticiário?

459) Blair deixa Brasil fora do CSNU...

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INFORMAÇÃO e OPINIÃO -IOCM- !
ex-Blog do Cesar Maia 02/06/2006
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MAS SÓ AGORA, AMORIM?
Este modesto ex-blog já havia chamado atenção para isso no dia seguinte ao discurso.
Brasil reclama de gafe de Blair, diz jornal
da BBC Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reclamou com o embaixador britânico no Brasil sobre a não inclusão do país no discurso que o primeiro-ministro britânico fez em Washington defendendo a reforma da ONU, na semana passada. Sob o título "Gafe de Blair na ONU afunda relações com o Brasil", o jornal britânico "The Guardian" afirma em sua edição desta quinta-feira que, apesar de estar cortejando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar acabar com o impasse nas negociações multilaterais de comércio, Blair teria citado nominalmente o Japão e a Índia como merecedores de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. E deixado o Brasil de lado.

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Addendum em 3 de junho de 2006:

Reino Unido - The Guardian
Título: 1 - Blair's UN gaffe sinks relations with Brazil to new low
Data: 01/06/2006

Ewen MacAskill and Larry Elliot
The Guardian

Relations between Britain and Brazil have struck a new low after a careless slip by the prime minister, Tony Blair, during a major foreign policy speech in Washington last week.
The timing of the diplomatic spat is unfortunate for Mr Blair, who has been courting Brazil's president, Lula da Silva, in an effort to break the deadlock in international trade talks.

The Brazilian foreign ministry confirmed to the Guardian yesterday that its foreign minister, Celso Amorim, called the British ambassador in Rio, Peter Collecott, into his office on Tuesday to seek an explanation for Mr Blair's apparent gaffe.

The row began after Mr Blair spoke in Washington about the need to reform the United Nations by expanding permanent membership of the security council - which represents the victorious allies after the second world war - from five to include leading industrial powers and representatives from the developing world.
The British government has long championed the membership of Brazil, even though Argentina has a strong claim as a representative from Latin America.

Mr Blair reiterated Britain's support for Brazil's candidature when Mr Da Silva visited Downing Street earlier this year.

But when Mr Blair made his speech, he said: "A security council which has France as a permanent member but not Germany, Britain but not Japan, China but not India, to say nothing of the absence of proper representation from Latin America or Africa, cannot be legitimate in the modern world."

The Brazilians immediately picked up on the sudden absence of their country.

Mr Blair scribbled down the speech, the third in a series of wide-ranging foreign policy speeches, on the flight from London to Washington. According to a British source, he did not seek to change British policy with regard to Brazil but was simply setting out his overall argument about a need for UN reform.

A Foreign Office spokesman said yesterday: "We remain supportive of Brazil's candidature, along with Germany, Japan and India, for permanent seats on an enlarged security council. The speech was not intended to set out our policy in detail but was an attempt to inject momentum into the debate. We remain solidly supportive of Brazil's bid for a permanent seat."

Mr Blair, along with the American president, George Bush, and the German chancellor, Angela Merkel, has been trying to secure the support of five leading developing countries, including Brazil, for a special trade conference to be held around the time of next month's G8 summit in St Petersburg.

sexta-feira, junho 02, 2006

458) Uma crítica anônima (e irada...)

Encontrei, na sexta-feira 2 de junho, na caixa de correspondência do meu primeiro blog (http://paulomre.blogspot.com/), a seguinte mensagem, anônima:

" Anonymous said...
Seria melhor se parasse de escrever. Você é péssimo...
Sexta-feira, Junho 02, 2006 11:09:34 PM"

à qual respondi da seguinte maneira:

"Caro anônimo,
Apreciaria que você pudesse ser um pouco mais explícito em sua crítica. Não precisa se identificar. Imagino que não queira revelar sua identidade e imagino que críticos eminentemente críticos, como é o seu caso, desejem efetivamente manter-se anônimos. Este é um direito assegurado pelas regras não escritas da Internet.
Mas eu gostaria de saber em que, exatamente, a minha escrita lhe causa tanto dissabor, em que eu seria péssimo: no estilo, na substância, em ambos, o que precisamente lhe incomoda em minha forma de escrever ou nos temas que eu escolho abordar livremente neste espaço aberto?
Um blog é um exercício público de manifestação de pensamento, de preferências, de opções de leitura, de questões que seu "proprietário" julga relevantes para debate público.
Você, meu caro anônimo, não está minimamente obrigado a ler o que eu escrevo, mas se ler, também tem a opção de me criticar, acerbamente, violentamente, como desejar. Não precisa se identificar, nem se desculpar. Pode criticar à vontade.
Mas, por favor, seja um pouco mais explícito, da próxima vez.
Aliás, um pedido: colabore comigo, desejo saber em que eu estaria sendo péssimo...

P.S.: Sim, da próxima vez, visite meu blog atual, pois aquele no qual você deixou a sua mensagem anônima já está desativado desde meados de janeiro e surpreende-me que tenha conseguido deixar um comentário nele, pois eu nunca mais consegui postar qualquer texto. Em todo caso, grato pela tentativa: vou ver se ele já desempacou..."

quinta-feira, junho 01, 2006

457) Integração da América do Sul: a visão positiva

Marco Aurélio: "Nosso objetivo era integrar a América do Sul. E conseguimos"
Entrevista do assessor especial de política externa da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, à Agência Carta Maior (www.agenciacartamaior.com.br):

Matéria extraída da página do PT, no seguinte link: http://www.pt.org.br/site/noticias/noticias_int.asp?cod=43411

Destaco as seguintes frases:
"Nosso objetivo fundamental era articular a América do Sul, num primeiro momento, para criar uma solidariedade regional. Numa conjuntura adversa, tentamos mudar a correlação de forças internacional. Pode parecer pretensioso, mas ou se aceita passivamente a correlação de forças, ou se tenta alterá-la. Nós interviemos para mudar significativamente a região. Penso que tivemos sucesso. Hoje há um grande número de governos de esquerda e de centro esquerda que, embora distintos entre si, buscam pontos de convergência. Mesmo administrações mais conservadoras foram empurradas para essa diretriz geral de unidade sul-americana."

"Com a Argentina chegamos a uma boa solução através da assinatura da cláusula de adaptação competitiva nos acordos."

"Do ponto de vista comercial, a Alba não é relevante. É um projeto político ideológico muito preciso. Ela nunca foi proposta ao Brasil. Eu participei de todas as negociações políticas com o governo venezuelano e este assunto sequer foi levantado. A Alba é muito mais um desígnio geral. Se quisermos tomar uma imagem gastronômica, a Alba não é um bife, é o molho."

"...o Brasil nunca reivindicou liderança alguma. Queremos uma política de unidade."

"Para nós não houve surpresa alguma na nacionalização (do gás boliviano)."

"A imprensa boliviana me apontou como um dos responsáveis pela queda (do ex-presidente Sanchez de Lozada, em 2003.), o que não é verdade."

"Lula começou dizendo (na conversa com Evo Morales, em Viena, depois da nacionalização:) “Olha, quem está aqui não é o presidente brasileiro e o presidente boliviano, mas dois companheiros sindicalistas guindados à condição de presidentes e que têm um passado comum”. A partir daí houve um entendimento e a situação melhorou."

"...não tenho dúvidas de que o discurso anti-populista e anti-nacionalista é profundamente conservador e preconceituoso."

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Marco Aurélio: "Nosso objetivo era integrar a América do Sul. E conseguimos"

Leia a entrevista concedida pelo assessor especial de política externa da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, à Agência Carta Maior (www.agenciacartamaior.com.br):
01/06/2006 - Por Gilberto Maringoni

O assessor especial de política externa da Presidência da República, o gaúcho Marco Aurélio Garcia, 64, é um conversador de primeira. Por horas a fio, é capaz de discorrer sobre intrincadas negociações internacionais com a mesma desenvoltura com que comenta uma de suas paixões, o cinema. Formado em direito e filosofia e pós-graduado na Escola de Altos Estudos e Ciências Sociais de Paris, Marco Aurélio é professor licenciado do Departamento de História da Unicamp. Por mais de dez anos foi Secretário de Relações Internacionais do PT, além de ser um dos coordenadores do programa de governo do presidente Lula.

Nessa entrevista, concedida no último domingo (28), em Caracas, Marco Aurélio avalia o desempenho da política externa do governo, os problemas com a Bolívia, a liderança de Hugo Chávez e o Mercosul. Abaixo, a primeira parte da conversa.

Carta Maior – Que avaliação o senhor faz da política externa do governo Lula?
Marco Aurélio Garcia – Acho bom o desempenho na área internacional. Nosso objetivo fundamental era articular a América do Sul, num primeiro momento, para criar uma solidariedade regional. Numa conjuntura adversa, tentamos mudar a correlação de forças internacional. Pode parecer pretensioso, mas ou se aceita passivamente a correlação de forças, ou se tenta alterá-la. Nós interviemos para mudar significativamente a região. Penso que tivemos sucesso. Hoje há um grande número de governos de esquerda e de centro esquerda que, embora distintos entre si, buscam pontos de convergência. Mesmo administrações mais conservadoras foram empurradas para essa diretriz geral de unidade sul-americana.

CM – Mas não tem sido uma rota tranqüila.
MAG – É verdade. Tivemos uma série de acidentes localizados que não ajudam o processo de integração. Os exemplos são visíveis: o conflito entre Uruguai e Argentina sobre as papeleiras, a saída do mar para a Bolívia, que envolve Chile e Peru, estes dois tiveram um choque também com a definição do mar territorial. Em seguida aconteceu esse processo de desintegração da Comunidade Andina de Nações, seja pelo fato de que dois de seus países assinaram tratados de livre comércio com os EUA, seja porque a Venezuela ingressou no Mercosul. Somado a isso, houve um contencioso, a meu ver totalmente desnecessário, entre o Brasil e a Bolívia, por conta de algumas posições tomadas pelo governo deste país. Por fim, há o fato de que o Uruguai e o Paraguai estariam propensos a estabelecer tratados de livre comércio com os EUA. Aqui há um problema real enfrentado pelo Mercosul, que é o das assimetrias. Se limitarmos o Mercosul a uma simples integração aduaneira, os países de economia menor não verão vantagens. Com a Argentina chegamos a uma boa solução através da assinatura da cláusula de adaptação competitiva nos acordos.

CM – O que o governo planeja com o Mercosul em meio a tais problemas?
MAG - Desde antes do governo Lula, nós falamos num Mercosul ampliado, que não seja apenas uma integração comercial. Ele precisaria avançar em direção a uma articulação econômica, que inclua políticas industriais, agrícolas, sociais e culturais comuns. Para isso, serão necessárias instituições conjuntas, como um parlamento do Mercosul. Quando a imprensa – especialmente o jornal “O Estado de S. Paulo” – fala em “fracasso do Mercosul”, ela não se dá conta de que nós tivemos, além da Bolívia e Chile, a adesão da Venezuela, da Colômbia, do Equador, do Peru e pedidos do México e de Cuba para se associarem. Ampliou-se muito a relação comercial. Mas, repito, nós não queremos reduzir a integração a isso. Quando o Peru ingressou, o próprio presidente Alejandro Toledo falou: “Nós estamos dando um grande passo na constituição de uma comunidade sul-americana de nações”.

CM – Como se integrar em outros âmbitos, além do comercial?
MAG - Há na América do Sul quatro regimes comerciais. Falo de há seis meses atrás; hoje eu não sei mais o que há. Havia o Mercosul, a Comunidade Andina de Nações, o Caricom (Mercado Comum e Comunidade do Caribe) e o Chile, com um tratado de livre-comércio com os EUA, a China, a União Européia etc. Quando projetamos a Comunidade Sul Americana de Nações, não tínhamos em mente resolver outos problemas além dos comerciais. Um deles é o da infra-estrutura física. Com vários países da América do Sul nós não tínhamos ligações físicas. Hoje há um grande número de pontes, estradas etc. Isso foi se fazendo com Paraguai, Uruguai, Bolívia etc. e muitas dessas obras têm financiamento brasileiro. Avançamos na questão energética, que teve como primeiro eixo Argentina, Brasil e Venezuela, através da constituição da Petrosul. Ela não é uma empresa de petróleo, mas um consórcio entre companhias nacionais. Disso nasceu o Gasoduto do Sul, cujos estudos encontram-se em estágio avançado. Além disso, há um empenho grande por parte do Brasil na questão das energias renováveis. Como pano de fundo, há propostas de complementariedade produtiva. Discutimos recentemente como alguns projetos podem beneficiar vários países, em pelo menos três áreas. A primeira delas é a indústria naval, que conheceu uma forte expansão no Brasil, nos últimos anos. Ela poderia se beneficiar muito das encomendas da Petrobras, da PDVSA e da estatal Argentina, que está em processo de reconstrução. A idéia é que plataformas, navios e outros equipamentos tenham sua demanda compartilhada. Isso significa encomendas gigantescas, da ordem inicial de dez bilhões de dólares. Os diferentes países, a exemplo do que acontece com a indústria aeronáutica na Europa, poderiam participar desse esforço produtivo. O Airbus é fabricado por partes na França, na Bélgica, na Alemanha etc.

CM – Por falar em aviões, como ficou o caso da proibição, por parte dos EUA, da venda dos aviões da Embraer para a Venezuela?
MAG - Nem todos os canais diplomáticos estão esgotados. Tivemos uma atitude de protesto. O Lula mencionou o caso para o presidente Bush, o chanceler Celso Amorim mandou carta para Condoleezza Rice etc. A Venezuela não está sofrendo nenhum tipo de sanção internacional. A Embraer é uma empresa privada e tem seus interesses nos EUA e nós fizemos a parte que o Estado pode fazer. O ridículo do embargo norte-americano é os fornecedores de lá não vêem problemas na venda. Não houve nenhuma aresta com o governo venezuelano.

CM – A Venezuela, juntamente com Cuba e Bolívia, busca fazer uma integração através da Alternativa Bolivariana das Américas (Alba). Como isso se articula com o Mercosul?
MAG - Do ponto de vista comercial, a Alba não é relevante. É um projeto político ideológico muito preciso. Ela nunca foi proposta ao Brasil. Eu participei de todas as negociações políticas com o governo venezuelano e este assunto sequer foi levantado. A Alba é muito mais um desígnio geral. Se quisermos tomar uma imagem gastronômica, a Alba não é um bife, é o molho. O Mercosul tem uma densidade maior, por contemplar políticas comerciais, econômicas etc. O que escapar do Mercosul, ficará para a Comunidade Sul Americana de Nações, que é nosso objetivo mais geral. Ela não terá um regime comercial único, como a Europa. A idéia é a partir desse mês iniciarmos a confecção de um projeto dessa comunidade, para entregarmos aos presidentes até o fim o ano.

CM – O presidente Hugo Chávez tem desenvolvido uma política externa ousada e agressiva, fazendo acordos e contratos com inúmeros países. Lula perdeu a liderança continental para ele?
MAG - Em primeiro lugar, o Brasil nunca reivindicou liderança alguma. Queremos uma política de unidade. Acho que hoje, os países da região reconhecem a importância do Brasil, pois mantemos excelente diálogo com todos os governantes, de Chávez (Venezuela) a Uribe (Colômbia). A Comunidade Sul Americana tem de ser um valor maior. O que Chávez ganhou foi a liderança num certo segmento de esquerda. Há todo um setor com valores nacionalistas e antiimperialistas que se sente interpelado pela mensagem de Chávez. A aliança que temos com ele é de natureza geopolítica.

CM – Em algum momento, a contundência verbal de Chávez constrangeu o Brasil?
MAG – Não acho bom termos, em determinados momentos, um clima de guerra fria na região. Sei que o contencioso entre a Venezuela e os EUA envolve responsabilidades recíprocas. Não quero dizer quem tem mais razões. Da mesma maneira que condenamos o governo norte-americano – e o Lula o fez diretamente ao Bush – nós temos muita franqueza em discutir isso com o governo Chávez. Ajudaria muito se baixássemos um pouco o tom entre os países.

CM – Como o sr. vê a nacionalização do gás boliviano?
MAG - Eles fizeram o que todos os países do mundo fazem. Para nós não houve surpresa alguma na nacionalização. Isso já havia sido aprovado em plebiscito. Acompanhamos a Bolívia há tempos. Eu estive, como enviado dos presidentes Lula e Kirchner no dia da queda do ex-presidente Sanchez de Lozada, em 2003. A imprensa boliviana me apontou como um dos responsáveis pela queda, o que não é verdade. Cheguei lá com Eduardo Sguiglia, da chancelaria Argentina, e fomos diretos para a casa de Lozada. Ele nos fez uma análise extremamente lúcida da situação. A única coisa não lúcida era ele se achar a solução da crise. A conversa foi muito simpática, mas ele queria que aparecêssemos como uma missão de apoio a ele. Deixamos claro, através de uma nota, não ser essa a idéia, era uma missão de observação. Eu lhe falei: a posição de nossos governos é que se continuar a repressão e a matança, o apoio internacional ao seu governo ficará insustentável. Duas horas depois ele renunciou, não por nossa nota, mas pela acelerada perda de apoio interno. Passado esse momento, o Lula encontrou-se com o Evo e eu mesmo fui várias vezes à Bolívia em momentos de crise. A Petrobras nunca contestou a Lei de Hidrocarbonetos. Estivemos lá na eleição e na posse e a única coisa que pedimos a Evo Morales é que não houvessem negociações pela imprensa. Quando se diz que Evo desestabilizou a Bolívia, eu contesto. Se não fosse ele a cumprir suas promessas de campanha, a Bolívia estaria em chamas. O Evo é fator de estabilidade. No entanto, eu acho que determinadas atitudes não correspondem ao tipo de tratamento dispensado à Bolívia pelo Brasil. Isso nos criou problemas.

CM – Que tipo de problemas?
MAG - A entrevista do Evo em Viena foi muito ruim, tanto que ele teve de se desdizer, no dia seguinte. Algumas declarações do Ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andres Soliz Rada, não se justificam para um país amigo e presidido por alguém que sempre teve boas relações com Evo Morales. Houve um desacerto. O uso de tropas para cercar as refinarias foi outra medida desnecessária. O próprio Evo depois disse “Olha, eu tenho pouca experiência” e tal. A gravidade da ação se deu, sobretudo, por ter acontecido alguns dias depois da reunião de Foz do Iguaçu, onde os quatro presidentes – Lula, Chávez, Evo e Kirchner - acertaram uma conduta comum, inclusive cm um programa de auxílio à Bolívia. Eu há pouco conversei com o Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Ali Rodríguez. Ele me dizia que a retomada do petróleo em seu país não precisou de nada além de um ato administrativo normal.

CM – Como foi a conversa entre Lula e Evo Morales, em Viena, depois a nacionalização?
MAG - Lula começou dizendo “Olha, quem está aqui não é o presidente brasileiro e o presidente boliviano, mas dois companheiros sindicalistas guindados à condição de presidentes e que têm um passado comum”. A partir daí houve um entendimento e a situação melhorou. Agora, a reação no Brasil, de parte da imprensa e de alguns ex-diplomatas, inscreve-se na disputa eleitoral e está tisnada de conservadorismo. Atacou-se o “populismo” e o “nacionalismo” da nacionalização. Pode-se até discutir esses conceitos. Mas não tenho dúvidas de que o discurso anti-populista e anti-nacionalista é profundamente conservador e preconceituoso. Alguns colunistas chegaram a valer-se de conceitos claramente racistas.