370) Homenagem ao professor Thomas Skidmore
Na seqüência dos anúncios sobre a conferência na Brown University (em Providence, Rhode Island) homenageando seu ilustre aposentado e eminente brasilianista, professor Thomas E. Skidmore (ver meus posts 361 a 363, abaixo), transcrevo mensagem que estou enviando, em meu nome e no do embaixador Rubens Antonio Barbosa, para ser lida na abertura da conferência.
Algum tempo atrás concebi uma série de livros, que seria dedicada aos mais famosos brasilianistas, contendo uma introdução bio-bibliográfica e metodológica sobre a obra de cada um deles e, na parte principal, uma seleção de textos (trechos) mais significativos da produção acumulada sobre o Brasil, já traduzida e publicada no Brasil ou ainda inédita. O volume dedicado ao professor Skidmore levaria o título "O Americano Cordial: Thomas Skidmore e a história do Brasil contemporâneo". Se algum editor se interessar, quem sabe eu não preparo algum dia esse volume?
Por enquanto, fiquem com a minha mensagem à distância...
Para a conferência, confira aqui a programação.
Ao abrir-se esta conferência em homenagem ao eminente professor e pesquisador da história do Brasil, Thomas Skidmore, gostaríamos de transmitir nossa admiração e todo o nosso reconhecimento, como brasileiros, pelo trabalho acumulado por este grande acadêmico durante toda uma vida dedicada ao trabalho historiográfico e ao conhecimento da história do Brasil, nos Estados Unidos e, sobretudo, no próprio Brasil.
Aliás, o professor Skidmore é, provavelmente, mais conhecido no Brasil do que em seu próprio país, uma vez que, desde o final dos anos 1960, pelo menos, ele converteu-se no próprio símbolo vivo do brasilianista exemplar. Ele é um verdadeiro paradigma da pesquisa honesta, do questionamento dos documentos, da interrogação dos principais personagens, do diálogo com as diferentes versões de uma história política que ele ajudou a construir e que, em grande medida, se confunde com suas obras agora clássicas sobre o período contemporâneo.
Historiador primoroso, na linhagem de Southey e de Von Martius, e, em especial, um grande amigo do Brasil e de seu povo, Tom Skidmore já foi objeto de merecidos elogios nos meios acadêmicos. Nós mesmos, quando ocupávamos, respectivamente, os cargos de Embaixador e ministro-conselheiro na Embaixada em Washington, alguns anos atrás, tivemos a oportunidade de homenageá-lo, em pessoa. Naquela ocasião, depois de já termos organizado alguns encontros de brasilianistas na própria missão diplomática, dos quais resultaram os livros “O Brasil dos Brasilianistas” e “Envisioning Brazil”, com a competente colaboração editorial do professor Marshall Eakin, tivemos a idéia de conceber e entregar a ele, assim como a quatro outros colegas seus, o diploma de “Distinguished Brazilian Studies Scholar”.
A concessão desse título de brasilianista emérito tinha como premissa básica o reconhecimento de que eles o fizeram por merecer, nominalmente, como afirmamos no diploma, “in recognition of outstanding performance in academic work and in acknowledgment of exceptional endeavor in Brazilian studies".
Nosso critério fundamental para a concessão do prêmio, eminentemente simbólico, e que o professor Skidmore compartilhou com os colegas Joseph Love, Werner Baer, Jon Tolman e o inesquecível Robert Levine, era o de ter o homenageado pelo menos 25 anos de dedicação aos estudos brasileiros. Ora, o professor Skidmore tem, pelo menos o dobro disso, o que talvez recomendasse a concessão de um segundo título, o de duplamente emérito Brazilian Studies Scholar…
Por ocasião de entrega, na sede da Embaixada do Brasil, em 12 de outubro de 2002, afirmamos o seguinte a respeito do nosso homenageado:
(quote) “O Professor Thomas Skidmore é, provavelmente, o homem que consubstancia, para todos os efeitos, a notoriedade de todos os brasilianistas, passados e presentes, ligados à história do Brasil no último meio século. Não apenas trata-se de um campeão em termos da “história quantitativa”, pelo volume da sua produção acumulada sobre o Brasil, como também ele figura em lugar preeminente em termos de história qualitativa, dado que seus livros, sobre a era Vargas e o período militar, constituem referência obrigatória na bibliografia brasileira sobre esses regimes, tendo tornado-se o que comumente se chama de “clássicos”, não só no Brasil e nos Estados Unidos, mas na Europa igualmente. Mas ele também é autor de várias outras obras de análise e de reflexão sobre nossa história social e intelectual, como os trabalhos sobre raça e nacionalidade no pensamento brasileiro, além de um livro altamente simbólico sobre “O Brasil visto de fora”. (unquote)
Reiteramos, neste momento, nossa admiração pelo conjunto da obra do professor Skidmore e queremos, em nome de todos os nossos concidadãos, agradecer a dedicação exemplar desse grande pesquisador à construção de uma insigne obra historiográfica que, ela mesma, já faz parte da história do Brasil.
Muito obrigado a todos e nossos votos de pleno sucesso nesta conferência.
Rubens Antonio Barbosa
Embaixador em Washington (1999-2004)
Paulo Roberto de Almeida
Ministro-Conselheiro na Embaixada (1999-2003)
São Paulo e Brasília, 19 de abril de 2006.
Algum tempo atrás concebi uma série de livros, que seria dedicada aos mais famosos brasilianistas, contendo uma introdução bio-bibliográfica e metodológica sobre a obra de cada um deles e, na parte principal, uma seleção de textos (trechos) mais significativos da produção acumulada sobre o Brasil, já traduzida e publicada no Brasil ou ainda inédita. O volume dedicado ao professor Skidmore levaria o título "O Americano Cordial: Thomas Skidmore e a história do Brasil contemporâneo". Se algum editor se interessar, quem sabe eu não preparo algum dia esse volume?
Por enquanto, fiquem com a minha mensagem à distância...
Para a conferência, confira aqui a programação.
Ao abrir-se esta conferência em homenagem ao eminente professor e pesquisador da história do Brasil, Thomas Skidmore, gostaríamos de transmitir nossa admiração e todo o nosso reconhecimento, como brasileiros, pelo trabalho acumulado por este grande acadêmico durante toda uma vida dedicada ao trabalho historiográfico e ao conhecimento da história do Brasil, nos Estados Unidos e, sobretudo, no próprio Brasil.
Aliás, o professor Skidmore é, provavelmente, mais conhecido no Brasil do que em seu próprio país, uma vez que, desde o final dos anos 1960, pelo menos, ele converteu-se no próprio símbolo vivo do brasilianista exemplar. Ele é um verdadeiro paradigma da pesquisa honesta, do questionamento dos documentos, da interrogação dos principais personagens, do diálogo com as diferentes versões de uma história política que ele ajudou a construir e que, em grande medida, se confunde com suas obras agora clássicas sobre o período contemporâneo.
Historiador primoroso, na linhagem de Southey e de Von Martius, e, em especial, um grande amigo do Brasil e de seu povo, Tom Skidmore já foi objeto de merecidos elogios nos meios acadêmicos. Nós mesmos, quando ocupávamos, respectivamente, os cargos de Embaixador e ministro-conselheiro na Embaixada em Washington, alguns anos atrás, tivemos a oportunidade de homenageá-lo, em pessoa. Naquela ocasião, depois de já termos organizado alguns encontros de brasilianistas na própria missão diplomática, dos quais resultaram os livros “O Brasil dos Brasilianistas” e “Envisioning Brazil”, com a competente colaboração editorial do professor Marshall Eakin, tivemos a idéia de conceber e entregar a ele, assim como a quatro outros colegas seus, o diploma de “Distinguished Brazilian Studies Scholar”.
A concessão desse título de brasilianista emérito tinha como premissa básica o reconhecimento de que eles o fizeram por merecer, nominalmente, como afirmamos no diploma, “in recognition of outstanding performance in academic work and in acknowledgment of exceptional endeavor in Brazilian studies".
Nosso critério fundamental para a concessão do prêmio, eminentemente simbólico, e que o professor Skidmore compartilhou com os colegas Joseph Love, Werner Baer, Jon Tolman e o inesquecível Robert Levine, era o de ter o homenageado pelo menos 25 anos de dedicação aos estudos brasileiros. Ora, o professor Skidmore tem, pelo menos o dobro disso, o que talvez recomendasse a concessão de um segundo título, o de duplamente emérito Brazilian Studies Scholar…
Por ocasião de entrega, na sede da Embaixada do Brasil, em 12 de outubro de 2002, afirmamos o seguinte a respeito do nosso homenageado:
(quote) “O Professor Thomas Skidmore é, provavelmente, o homem que consubstancia, para todos os efeitos, a notoriedade de todos os brasilianistas, passados e presentes, ligados à história do Brasil no último meio século. Não apenas trata-se de um campeão em termos da “história quantitativa”, pelo volume da sua produção acumulada sobre o Brasil, como também ele figura em lugar preeminente em termos de história qualitativa, dado que seus livros, sobre a era Vargas e o período militar, constituem referência obrigatória na bibliografia brasileira sobre esses regimes, tendo tornado-se o que comumente se chama de “clássicos”, não só no Brasil e nos Estados Unidos, mas na Europa igualmente. Mas ele também é autor de várias outras obras de análise e de reflexão sobre nossa história social e intelectual, como os trabalhos sobre raça e nacionalidade no pensamento brasileiro, além de um livro altamente simbólico sobre “O Brasil visto de fora”. (unquote)
Reiteramos, neste momento, nossa admiração pelo conjunto da obra do professor Skidmore e queremos, em nome de todos os nossos concidadãos, agradecer a dedicação exemplar desse grande pesquisador à construção de uma insigne obra historiográfica que, ela mesma, já faz parte da história do Brasil.
Muito obrigado a todos e nossos votos de pleno sucesso nesta conferência.
Rubens Antonio Barbosa
Embaixador em Washington (1999-2004)
Paulo Roberto de Almeida
Ministro-Conselheiro na Embaixada (1999-2003)
São Paulo e Brasília, 19 de abril de 2006.
1 Comments:
Bacana! Dificil encontrar alguem de fora tão engajado nas nossas coisas nacionais.
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